Por Olavo Guerra

Sua vida era sentar-se de frente para um monitor de computador e fazer o seu trabalho da analista de TI. Com 33 anos, Daniel Freitas, era sedentário e “bom de garfo”, como ele mesmo brinca. Com 1,75m e 128 kg – obesidade em terceiro grau –, ele decidiu procurar uma academia, em São Paulo, para melhorar a estética e o condicionamento físico, já que se cansava ao caminhar alguns metros, além de roncar muito, prejudicando o sono.

O começo da mudança de vida de Freitas foi na natação. “Eu chegava bem cedo na aula, o que era muito difícil para mim, e o professor pedia pra eu me aquecer, correndo por dez minutos”, conta. “Foi assim que surgiu meu novo vício. Aos poucos, fui largando a natação e partindo para a corrida.”

Sua alimentação era um problema. “Eu comia muito, sempre ia a fast-foods, me alimentava de muitas besteiras, além de tomar, tranquilamente, dois litros de refrigerante por dia”, relata o analista de TI.

Após dois meses de treinamento – sem nenhum acompanhamento médico ou de treinadores –, Freitas procurou ajuda. “Fui ao nutricionista e ao cardiologista, pois achava que minha evolução estava muito rápida.”

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Apesar disso, o começo dos treinos não foi fácil. “Lembro dos meus primeiros 5 km em uma esteira da academia. Completei a distância em 55 minutos”, ressalta. “O corpo sentia muito, não conseguia trotar mais do que 30 segundos, mas fui melhorando gradualmente.”

A mudança da dieta refletiu ainda mais na eliminação da gordura. “Troquei o refrigerante por água, tomando quatro litros por dia, comecei a ter horários para as refeições e passei a comer frutas, legumes e verduras”, garante.

O que começou na natação foi para a corrida, spinning, jump e outros exercícios – tudo isso acompanhado da reeducação alimentar. Em nove meses, Freitas saiu dos 128 kg para 78 kg – 50 quilos eliminados. “Tive muita ajuda e incentivo dos meus amigos nesses meses e não liguei para os pessimistas, que achavam que eu ia desistir no primeiro mês.”

Hoje, a corrida é parte da rotina do analista de TI. “Não consigo ficar três dias sem treinar, é meu vício”, diz. “Corro com amigos, procuro lugares diferentes. Foi o plus que eu precisava na minha vida.” Para ele, “a sensação de correr é algo especial.”

Freitas deixa sua força para quem quer perder peso, assim como ele. “Deem os primeiros passos. Trabalhem o corpo e verão que os resultados são absurdos. Ele responde na mesma moeda a forma que você cuidar dele.”

Segundo ele, “os vícios ruins podem ser deixados de lado.” Há três anos, o analista foi procurado por uma revista para uma reportagem sobre a alimentação dos brasileiros. “Fui usado como o caso ruim. Hoje, mudei e sou muito mais feliz!”