Vovô voa baixo! A magnífica história de Ed Whitlock

Atualizado em 13 de março de 2017

Não é pequeno o número de corredores que sonham correr uma maratona abaixo de 4 horas. Ed Whitlock correu. Aos 85 anos. E fechar os 42 km sub- 3 horas, então, é desejo de quantos maratonistas? Ed Whitlock fechou. Dos 68 aos 74 anos, ele possui marcas sub-3. Aos 73 anos mandou 2h54min, o que ele considera sua melhor marca, embora, aos 68 anos, tenha corrido para 2h51min — mas deve achar que isso foi quando era muito jovem. Ed Whitlock é um engenheiro inglês que correu muito até terminar a faculdade. “Fui um atleta promissor no colégio, mas não consegui muita coisa na universidade”, diz ele.

Trocou a Inglaterra pelo Canadá e, por mais de 20 anos, abandonou pistas e estradas. Voltou “meio sem querer”, nas suas próprias palavras, e tornou-se um grande fenômeno das corridas, detentor dos principais recordes mundiais sêniores.

Não foi fácil conseguir esta entrevista. Ed Whitlock é sossegado, pouca gente tem seu e-mail. Mas aí está. Conheça o maior corredor do planeta da terceira idade e tenha mais um motivo para respeitar os mais velhos: eles podem ser mais rápidos do que você.

 

 

Como foi sua infância em Londres? Você era um garoto rico?
Não. Meu pai era um funcionário público de nível inferior. Vivemos uma vida confortável e segura, sem exageros.

Quando você era jovem, fazia atletismo…
Quando estava na escola ou universidade, eu era principalmente corredor de cross country no inverno. No verão, corria um número limitado de corridas de pista e estrada.

Você obteve bons resultados na escola?
Quando terminei o colégio, eu era considerado um corredor de futuro promissor. Mas, infelizmente, não fiz muitos progressos na faculdade.

Como foi ser atleta nas décadas de 1940 e 1950? Muito diferente do que é hoje em dia?
Oficialmente, ainda era um esporte amador e muito poucos atletas recebiam salário. Eu estava sempre competindo em uma equipe escolar, universitária ou por um clube e nunca estive em nenhuma folha de pagamento. Não havia praticamente atletas em tempo integral. Além disso, acho que não gostaria da pressão com que atletas profissionais têm de lidar atualmente. Eu ainda prefiro ser um amador.

Você parou com o esporte por aproximadamente 20 anos. Por quê?
Saí da Inglaterra quando terminei a universidade e vim para o Canadá. No lugar para onde me mudei não havia um único corredor. E eu havia me machucado durante o último ano de universidade e não estava correndo muito bem. Por isso, não tive motivação alguma para ser algum tipo de pioneiro do esporte na cidade.

E por que você decidiu voltar a correr?
Aconteceu meio que por acidente. Recebi o convite de um clube para treinar adolescentes, mas, em vez disso, recomecei a correr.

Como foi o seu retorno à corrida? Você demorou muito para se adaptar novamente?
Voltar a correr pareceu ser muito fácil, mas meu processo de evolução demorou anos.

Você corre todos os dias?
Meu objetivo é correr todos os dias. Só paro por causa de lesões, dores ou algum compromisso social.

Qual é a sua melhor marca pessoal?
Consegui 2h54min49s, aos 73 anos, na Waterfront Toronto Marathon, no Canadá. Além de recorde pessoal, foi a corrida mais emocionante até hoje.

Você segue alguma dieta?
Não, nenhuma dieta especial. Tento me manter saudável, mas como de tudo que acho que devo comer, sem restrições.

Como você se sente sendo recordista mundial em várias categorias de idade?
Muito feliz por ter uma saúde relativamente boa neste final de minha vida.

A tecnologia evoluiu muito nos últimos anos. Você usa coisas como GPS, meias de compressão ou algum tipo de tênis especiais?
Não, não ligo muito para essas coisas. Mesmo meus tênis de corrida são velhos, mais flexíveis e leves do que os típicos tênis de corrida modernos.

Você pensa em parar de correr?
Eu penso em muitas coisas quando estou treinando. O tempo passa devagar durante o treino.

Por Zé Lúcio Cardim