Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
“Correr uma longa distância logo de manhã bem cedo me faz pensar que cada corrida dessas é a vida – uma pequena amostra da vida, eu sei -, mas uma vida tão cheia de alegria, miséria e coisas acontecendo quanto a que você pode experimentar à sua volta.” (Alan Sillitoe)
SUGESTÃO DE FILME: MARATHON BOY
Essa é uma história para os lobos solitários das corridas. Aqueles que preferem correr por prazer, paixão e liberdade em vez de serem reféns de cronômetros e competições. Filme cult, A Solidão de uma Corrida Sem Fim (Lume Filmes) traduz os ideais contestadores dos jovens dos anos 60 que tentaram inventar um novo mundo e sociedade. O espírito libertário da década dos grandes sonhos explode na história de um jovem inglês de família pobre que não se adequa ao sistema opressor e falido dos anos de escassez do pós-guerra.
O jovem é Colin Smith, filho de um operário em fase terminal (câncer) e de uma dona de casa nada afetuosa. Contra a falta de trabalho e oportunidades da época, ele comete pequenos delitos e acaba preso no reformatório de Borstal. Ali o sistema tenta domá-lo com disciplina militar e trabalho obrigatório. Os choques são inevitáveis até o diretor dessa prisão juvenil perceber o talento de Colin para a corrida. O rebelde recebe a chance de treinar e encontra nas trilhas e matas vizinhas de Borstal um pouco de paz e liberdade. Mais que isso, a chance de se tornar um atleta e sair de lá.
Atleta? Para provar sua capacidade, Colin precisa vencer uma disputa de 5 milhas contra uma tradicional escola inglesa. Precisa corresponder às expectativas do diretor que manda no reformatório. Aqui A Solidão de uma Corrida Sem Fim torna-se diferente do típico filme do mocinho pobre e sofredor que dá a volta por cima ao tornar-se campeão.
Colin quer vencer a corrida contra os ricos alunos da escola aristocrata rival. A sensação de ser o melhor, num país que não dá chances para jovens do povo, deve ser sublime. Mas Colin sabe que uma conquista sua significará também a vitória do sistema que o domou, treinou e reformou. Por isso, mesmo dominado a corrida e perto da glória, ele vacila.
O vacilo não é físico, é moral. Ele enxerga-se campeão, mas há algo mais forte antes da linha de chegada e do primeiro lugar. Há os fantasmas de sua história, as brigas, o pouco dinheiro, o pai que foi sugado até as últimas forças na fábrica e adoeceu, a polícia que o perseguiu. Há a violência do reformatório, do sistema econômico e da sociedade, que sempre lhe negaram uma chance de ascensão. A dúvida de Colin parece sem sentido nos tempos de hoje, em que vencer, aparecer e fazer sucesso é o ideal imposto pela mídia e boa parte da sociedade. Mas eram tempos de luta e revolta real e não de meras manifestações virtuais.
“Devíamos correr como o preso a quem subitamente abrem o portão da penitenciária”
Além da dúvida profunda de um jovem oprimido, pulsa forte nesse filme e história as poderosas sensações que Colin vive ao correr. Ficam as mensagens da corrida livre e pura do indomável Colin Smith:
– Devíamos correr como se nossas pernas e pulmões não nos ganhassem apenas quilômetros, mas a liberdade de encontrar tempo para de encontrar tempo para atravessar ruas, lugares, estradas e montanhas. Devíamos correr como se fôssemos o preso a quem subitamente abrem o portão da penitenciária. Com essa felicidade que arrebenta em seu peito quando ele dispara mata afora com a força, gana e loucura de quem correrá até cair.
– Devíamos correr com com essa sensação de que agora, nesse momento e nessas trilhas, tudo podemos. Devíamos correr apreciando essa paz sofrida, quase uma revelação, de quando mesmo não aguentando mais, o suor que invado nosso rosto e o corpo todo nos renova, purifica e não nos deixa desistir.
– Devíamos correr com a nossa alma, que só pode ser o nome do que nos acontece quando o banho de suor afoga a dor e nos permite prosseguir, como numa missão. Devíamos correr e esquecer tudo, como se fôssemos um ente, uma força que não pensa, apenas avança como esses segundos, minutos e horas vencidos pelas passadas determinadas.
– Devíamos correr com o mesmo instinto selvagem de Colin Smith. Como um interno de um reformatório que nos breves momentos de liberdade faz da corrida o seu único escudo, arma e grito silencioso contra o sistema que o aprisionou. Sim, devíamos correr assim porque também estamos presos: aos horários, ao tempo que perdemos no trânsito indo trabalhar, à extenuante rotina de trabalho e pressões, prazos e colegas concorrentes; às horas extras não remuneradas; ao tempo perdido no trânsito de novo, na volta para casa.
– Pelo menos podemos escapar quando chega o fim do dia ou a manhãzinha. Basta calçar os tênis, nos despir das pesadas roupas, vestir um calção e uma camiseta leve e correr como se fugíssemos do peso dos dias. E fugindo nos reencontramos. Com muito do que amamos, como essa liberdade de acelerar e sentir o vento no rosto, finalmente a liberdade.
Assista ao trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=4asUxvijYQ8
Publicidade
Publicidade
Compartilhar Certificado
Salvar Pdf
Salvar Imagem
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie | Duration | Description |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.
Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.