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Falar da Maratona de Nova York é falar de uma experiência que vai muito além de uma corrida. Quando decidi fazer minha primeira meia e treinar pra valer, em 2016, logo me alertaram que a maratona na Big Apple era imperdível. Agora eu consigo entender por quê. Quando uma das principais cidades do mundo para por um bom motivo, você só tem a ganhar.
Cheguei a Nova York na manhã de sexta-feira e logo o clima da prova se fez presente. A caminho da Expo, você já esbarra em muita gente com pinta de corredor e começa a dar aquela ansiedade. A organização é impecável. Apesar dos mais de 50 mil inscritos, não peguei fila em nenhum momento, da retirada do número de peito até o passeio pela Expo, que vira um “parque de diversão” para adulto fã de corrida.
Como fiquei hospedado na casa de amigos no Brooklin, aproveitei para dar a última corrida leve no Prospect Park, um dos parques mais bacanas da cidade para correr e pedalar. Na véspera da prova, a ansiedade vai aumentando. Não costumo ser dos mais ansiosos, mas só de ver os cavaletes que seriam usados para isolar a rua onde eu estava hospedado foi suficiente para dar aquela acelerada no coração. A ansiedade bateu!
Na última noite, não consegui dormir mais do que 2 horas seguidas. A verdade é que eu mal via a hora de levantar da cama. Ainda de madrugada, corredores vão se juntando aos poucos pelas calçadas e estações de metrô até os ônibus ou as balsas que levam até Staten Island, local da largada. Uma grande estrutura é montada para as horas de espera embaixo da Verrazano-Narrows Bridge. O frio é grande nessa baía com saída para o Atlântico, mas a previsão para o decorrer da prova era boa: entre 12°C e 18°C. Como larguei na segunda onda, já estava posicionado nas baias ao lado da ponte quando ouvi pela primeira vez a famosa “New York, New York”, de Frank Sinatra, um hino informal da Maratona de Nova York.
Depois de meses de espera desde o sorteio no início do ano, estava chegando a hora de finalmente correr a maior maratona do mundo. Os últimos minutos antes da largada da Maratona de Nova York são uma mistura de tensão, ansiedade, alegria e emoção. A caminhada final das baias até a ponte é formada por um batalhão de corredores, novatos e experientes, trocando sorrisos e uma última palavra de incentivo. E aí a música do Sinatra toca de novo. Chegou a hora.
Costumo me controlar no início das provas. Era ainda minha segunda maratona, mas segurar o ritmo no começo nunca foi difícil para mim. Em Nova York, foi impossível. No segundo quilômetro já estava bem abaixo do que planejei com o Julio Dotti, meu treinador da Limite Team. Olhei o relógio, respirei fundo e tentei deixar um pouco da emoção de lado.
Mas aí, passados cerca de 5 km, você chega à Quarta Avenida, no Brooklin. Já tinha lido sobre a multidão que vai para as ruas torcer pelos corredores e alimentei uma expectativa sobre isso. Essa expectativa foi superada muito rapidamente.
Vi bebês muito pequenos “embrulhados” no colo dos pais. Adultos e idosos dividiam espaço e vibravam em diferentes idiomas, alternados de acordo com as bandeiras levadas no uniforme pelos corredores. E as crianças dão um show à parte em busca de um high five.
Eu estava concentrado na corrida, mas ver as crianças e não ir mais para a lateral da rua para interagir com elas é quase impossível. Para mim foi. E a troca era instantânea: os pequenos ficavam felizes com o cumprimento; eu ficava ainda mais animado para os quilômetros adiante.
O ambiente é de muito barulho. Os gritos de todas essas pessoas se misturam com os sinos que elas carregam e agitam sem parar. Bandas de música ou artistas solo decidem por conta própria fazer um show na calçada ao longo do percurso. Vi e ouvi de tudo: coral, instrumentos de sopro, rock, música latina.
Trata-se de uma grande festa. A organização diz que mais de 2 milhões de pessoas vão às ruas acompanhar a maratona. No meio dessa multidão, tive a sorte de encontrar minha mulher e uma amiga duas vezes ao longo do percurso. Esses encontros viraram um empurrão enorme.
Quando percebi, já estava no Queens e com uma meia-maratona completa. Faltava a segunda metade. A chegada a Manhattan acontece depois do km 25. E o que acontece no Brooklin se repete, com outra multidão espalhada pelas calçadas. Mas aí o cenário é diferente: os prédios enormes, antes distantes, agora acompanham os corredores pela Primeira Avenida.
A passagem pelo Bronx é rápida, mas intensa. Comecei a sentir um incômodo no joelho, um belo cartão de visitas do cansaço que se aproximou perto do km 35. Mas o Bronx tem uma energia forte. É uma região mais simples e pobre que Manhattan, mas senti uma alegria intensa das pessoas que estavam nas calçadas.
Minha camiseta mostrava que sou do Brasil e isso virou um valioso aliado, já que os nova-iorquinos faziam questão de olhar para mim e mandar um “Go Brazil”. Aí você vai mesmo. Não lembro exatamente o que pensei ao longo da prova, mas em diversos momentos eu tentava me dar conta de que estava correndo uma das maratonas mais legais do mundo.
De volta a Manhattan, era hora de se aproximar do Central Park, o local da chegada. Mas antes de entrar no famoso e imenso parque, eu sabia que teria uma última subida mais longa que as demais. É nesse momento que cabeça e corpo começam a falar alto e a discutir. Aí é melhor apartar logo essa “briga” e, num pedido em tom de aviso, deixar claro: estamos na reta final de uma grande festa e a gente tem que curtir isso aí.
Foi o que aconteceu. Tive vontade de chorar de alegria já no Central Park, mas ainda faltavam uns 3 km e eu estava empolgado com a ideia de completar a prova em menos de 4 horas. Para isso, era só manter o ritmo firme que apareceu depois da subida e curtir os últimos metros. Nas passadas finais, tive aquela sensação de viver um sonho, de sentir uma alegria sem tamanho ao cruzar a linha de chegada. O calor das pessoas não diminuiu, mas agora era a vez de os voluntários valorizarem cada maratonista que passava por aquela linha, cada um acompanhado por uma história diferente. A minha foi inesquecível.
Data: 05/11/2017
N°de corredores: 50.766 concluintes
Cidade: Nova York
País: EUA
Clima: 15° ameno
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