Mapa do dinheiro: maratonas que melhor pagam seus vencedores

Atualizado em 27 de julho de 2017
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Cruzar a linha de chegada de uma grande maratona em primeiro lugar representa o ápice para os fundistas. Além de recordes mundiais e reconhecimento no mundo do esporte, ser o mais rápido hoje garante altas cifras. Foi-se o tempo em que os principais nomes do atletismo eram proibidos de receber salário. Hoje estamos na era dos cheques polpudos no circuito World Marathon Majors (em português, Maiores Maratonas do Mundo).

Nas seis provas que integram a série das maiores maratonas do mundo (Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York), vencedores e vencedoras recebem de US$ 55 mil (aproximadamente R$ 170 mil) a US$ 150 mil (o equivalente a R$ 470 mil). No geral, as maratonas norte-americanas costumam pagar mais que as europeias, sobretudo a tradicional prova de Boston, mas, nos últimos anos, os petrodólares invadiram o esporte e ofereceram recompensas milionárias aos atletas.

Atualmente, a Maratona de Dubai é a que distribui os maiores prêmios aos maratonistas. A maior cidade dos Emirados Árabes ganhou fama internacional por seus arranha-céus suntuosos e por estar ligada à modernidade e à ostentação. Assim como outros eventos esportivos organizados por lá, a maratona surfa nessa onda de riqueza e atrai a atenção de nomes importantes da modalidade. Disputada desde 2000, a prova emiradense passou a ser a que melhor paga em 2008 e oferece US$ 200 mil (cerca de R$ 625 mil) para os primeiros colocados das categorias masculina e feminina.

 

 

As maratonas mais tradicionais do planeta são pautadas pela equiparação entre premiações para homens e mulheres, tema que costuma gerar polêmica em outros esportes individuais, como no tênis, por exemplo. Na primeira quinzena de abril, os quenianos Paul Lonyangata e Purity Rionoripo, marido e mulher, embolsaram cheques com o mesmo valor, € 50 mil (pouco mais de R$ 165 mil), após vencerem a Maratona de Paris.

O TURISMO AGRADECE

Para uma boa parcela dos corredores “comuns”, disputar uma prova prestigiada internacionalmente significa a realização de um sonho pessoal, uma meta atingida. É isso que ajuda a explicar o número altíssimo de candidatos registrados para os sorteios em Tóquio e Londres. Em 2016, a organização japonesa recebeu 309.824 solicitações, enquanto os ingleses viram 247.069 pessoas dispostas a correr em torno do rio Tâmisa.

Os milhares de participantes das provas, muitos deles estrangeiros, ajudam a impulsionar o turismo, as receitas fiscais e a economia local. Em 2010, a Maratona de Nova York, por exemplo, movimentou US$ 340 milhões (R$ 1,05 bilhão).

O impacto econômico das maratonas continuou expressivo nos anos seguintes, principalmente nos Estados Unidos. Com 2 milhões de espectadores pelas ruas da Big Apple, a maior cidade norte-americana viu US$ 415 milhões (cerca de R$ 1,28 bilhão) entrarem em seus cofres. Chicago é a segunda em arrecadação, com US$ 254 milhões (algo em torno de R$ 780 milhões).

DOPING ALTERA A FORMA DE PAGAMENTO NA MARATONA DE LONDRES

Os escândalos de doping no atletismo mudaram a visão dos diretores de grandes maratonas quando o assunto é a distribuição dos prêmios. Embora os valores não tenham sido diminuídos, embolsar o dinheiro agora não é tão simples quanto já foi.

Em 2016, a organização da Maratona de Londres comunicou que os vencedores teriam de esperar até cinco anos para receber o prêmio. O movimento foi uma maneira de tentar impedir que casos como o da russa Liliya Shobukhova voltassem a acontecer.

Após o primeiro lugar em Londres em 2010, Shobukhova teve sua vitória cassada depois de um caso de doping. A russa foi obrigada a devolver o dinheiro e os bônus de participação que acumulou. Hugh Brasher, diretor da prova britânica, afirmou que teve de ir atrás da atleta para recuperar a quantia.

PRÊMIOS PARA OS PRIMEIROS COLOCADOS:

  1. DUBAI – US$ 200 mil – R$ 625 mil
  2. BOSTON – US$ 150 mil – R$ 470 mil
  3. NY – US$ 100 mil – R$ 310 mil
  4. CHICAGO – US$ 100 mil – R$310 mil
  5.  TÓQUIO – US$ 98 mil – R$300 mil
  6. BERLIM – US$ 55 mil – R$170 mil
  7. LONDRES – US$ 55 mil – R$170 mil
  8. PARIS –  US$ 53 mil – R$165 mil

São Paulo – R$ 25 mil **
Rio de Janeiro – R$ 20 mil **

** Não entram no ranking; Sem os bônus por metas alcançadas, como quebra de recorde do percurso ou recorde mundial, valores também pagos pela organização.