Sou do time: corrida para melhorar na esgrima

Atualizado em 29 de abril de 2016
Mais em Treinamento

Por Olavo Guerra

A esgrima é um esporte muito pouco divulgado do Brasil. Uma pena, já que somos o país sede dos próximos Jogos Olímpicos e esse esporte, além de render 16 medalhas por Olimpíadas, está desde 1896, em Atenas (a primeira Olimpíada moderna), no calendário oficial do evento. Mesmo assim, temos alguns atletas que se destacam, como o paulistano Renzo Agresta. A corrida é fundamental para que seus resultados melhorem cada vez mais e, quem sabe com isso e com toda sua preparação, ele suba ao pódio olímpico no Rio 2016.

Formado em administração de empresas e sargento do exército, Agresta já esteve nas três últimas edições dos jogos: Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. Detalhe: ele tem apenas 28 anos.

Dentro de sua rotina puxada de treinamento – oito vezes por semana, entre técnico, tático e físico – a corrida está presente. “Geralmente, eu faço tiros curtos, para ter mais explosão muscular, algo fundamental no meu esporte”, comenta o esgrimista especialista no sabre – uma das três armas usadas no jogo (e não luta, como a maioria acha). As outras duas são o florete e a espada.


Agresta durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008 – Foto: Flickr/renzoagresta

De acordo com Agresta, seu treino muda de acordo com alguns fatores. “Em época de competição, por exemplo, é difícil que meu treinador passe treinos de corrida, no máximo, um aquecimento rápido. O foco é a técnica e a tática”, conta. Outro diferencial é que atletas do sabre não precisão de tanta resistência, já que os jogos são mais curtos. "Por isso não corro longas distâncias", completa.

A volta das férias e o final da temporada são os períodos em que o esgrimista mais corre. “É a maneira que meu preparador acha a melhor para que eu recupere a forma”, garante o atleta do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo. “Porém, os treinos são sempre de corridas curtas e intervaladas.”

Outro treinamento de explosão muscular que Agresta pratica é a corrida com a cinta de tração. “A intenção é aumentar minha velocidade”, diz. Essa soma de exercícios, segundo o atleta, influenciam na hora do jogo. “Simula algumas situações que posso encontrar em uma competição, além de me deixar com um condicionamento físico diferenciado, uma melhor resposta explosiva”, afirma.

Agresta treina com a cinta de tração – Foto: Carolina Pedrosa

A corrida está na vida de Renzo há algum tempo. “Quando era mais novo, corria bastante.” A Confederação Brasileira de Esgrima, antigamente, exigia que os atletas que integravam a seleção cumprissem com o famoso teste de Cooper: 3 km em 12 minutos. “Era um critério mínimo pra você fazer parte da seleção. Você podia ser o melhor esgrimista do mundo, mas se não passasse no teste, estava fora”, relata. “Foi por isso que aprendi a gostar da corrida. Hoje não é mais exigido, pois perceberam que uma coisa não influência tanto na outra”, lembra Agresta.

Renzo não gosta da esteira. “Quando tenho corrida no meu treino, ou vou para a pista de atletismo do Pinheiros ou corro pelo clube mesmo.” Ele conta um caso engraçado. “Em 2003, estava na Romênia, correndo ao redor de um lago. De repente, dois cachorros começaram a correr atrás de mim. Tinha certeza que iam me morder e, então, parei. Eles não me atacaram, mas foi um susto e tanto”, conta, aos risos, a história.

Ele viveu na Itália entre 2005 e 2008 – onde cursou e se formou administrador de empresas pela John Cabot University. O país europeu é um celeiro mundial de atletas de ponta na esgrima e lá, Agresta treinou com os melhores.

Desde que voltou da Europa, Renzo treina pelo Pinheiros. O atleta já disputou competições em mais de 25 países e conquistou diversos títulos, como o Pan-Americano de Esgrima, em 2008, bronzes no Pan do Rio, em 2007, e de Guadalajara, em 2011, além de diversos campeonatos brasileiros, sul-americanos e italianos. Acompanhe a carreira do atleta pelo site www.renzoagresta.com.br.