VO2 máximo: uma carta na manga

Atualizado em 08 de agosto de 2016
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O VO2 Máx é o volume de oxigênio que o corpo consegue “captar” para dentro dos pulmões por meio do sistema cardiovascular e empregar na produção de energia. Esse índice (ou coeficiente) pode ser obtido de maneira direta (pelo teste ergoespirométrico) ou indireta (fórmulas obtidas por equações). Com essa informação, é possível determinar limiares anaeróbicos, frequência cardíaca ideal e (até) estruturar períodos de treinamento. Por exemplo: quanto tempo o corredor deve ficar nos treinos de base, adaptativo, polimento, velocidade…

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Para melhorar o VO2 Máx de corredores mais experientes, estudos apontam os treinos intensivos, como os intervalados e fartleks. Com eles, são feitas adaptações no corpo, que passa a produzir mais mitocôndrias (estrutura relacionada à respiração celular), enzimas aeróbias, transportadores de lactato e microcapilares sanguíneos. A eficiência mecânica, que faz um corredor consumir menos oxigênio para uma mesma velocidade, pode garantir ritmos mais rápidos nas provas. Calcula-se que uma pessoa pode melhorar em até 30% o seu consumo de oxigênio, ou VO2 Máx.

Máscara e pé na esteira
Teste ergoespirométrico: a aferição do VO2 Máx se dá por meio de um analisador de gases. Ao respirar, o corredor extrai O2 do ar e expele CO2. Mas não consegue ser 100% eficiente, pois parte do O2 não é consumido. O papel do analisador de gases é justamente medir o O2 consumido e o CO 2 exalado. Como o consumo de oxigênio é proporcional ao esforço empregado, as clínicas adotam protocolos de testes feitos em esteira. Em geral, corredores começam o teste numa velocidade baixa (8 km/h, por exemplo) e aumentam a velocidade até atingir a exaustão; isso varia de acordo com a potência aeróbia máxima (VO2 Máx) de cada um. Alguns atletas atingem o VO2 Máx com 12 km/h e outros podem ir até 20 km/h. Aliás, atualmente, a  velocidade associada ao VO2 Máx tem sido apontada como mais importante do que o próprio índice, pois retrata não somente a capacidade cardiorrespiratória, mas também o quão econômico o corredor está sendo.

Fontes Renato Dutra (diretor técnico da Run & Fun Assessoria Esportiva), Simone Lotito (educadora física e doutora em fisiologia do exercício na Unicamp) e dr. Roberto Ranzini (ortopedista e médico do esporte, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia [Sbot], médico do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz).

Reportagem publicada na edição 130, de fevereiro 2014, da Revista O2.