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Como deve ser a volta aos treinos de corrida após uma lesão

Atualizado em 11 de agosto de 2021
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O esforço repetido e a busca incessante por resultados cada vez melhores fazem com que lesões sejam percalços constantes na trajetória de boa parcela dos atletas amadores. Além de provocar dor, as lesões obrigam o esportista a interromper os seus treinos e, consequentemente, o seu progresso. Entretanto, há uma grande questão que atormenta a cabeça dos corredores tanto quanto uma lesão: resolvidos os problemas físicos, como deve ser feita a volta aos treinos?

O primeiro passo para retornar à corrida é o que deveria ter sido feito para evitar a lesão: o fortalecimento muscular. “Ao voltar de uma lesão, provavelmente se diminuiu a carga e a intensidade. A recomendação é focar no fortalecimento de toda a musculatura, principalmente a que foi afetada, trabalhando bastante força e estabilidade para dar suporte aos ligamentos e tendões”, sugere João Magalhães, treinador da assessoria esportiva carioca Soul Race. De fato, um músculo bem trabalhado turbina a potência em subidas e na reta final das provas, além de proporcionar mais coordenação e flexibilidade. Contudo, segundo levantamento feito pelo ortopedista Samir Daher, 72% dos atletas não fazem qualquer tipo de treino de fortalecimento, que não se limita apenas à musculação.

“Os funcionais, por exemplo, são exercícios fundamentais para o corredor. Se todo mundo fizesse o fortalecimento muscular como deveria, o risco de incidência de lesões cairia pela metade”, reitera a ortopedista Ana Paula Simões. “O treinamento funcional não trabalha os músculos isoladamente, já que permite que todos os grupos musculares sejam acionados integralmente. E o que é mais gostoso é que os exercícios simulam os movimentos naturais, como os de agachar, levantar, pular e girar”, conclui.

 

Um ponto essencial para a volta aos treinos – e para que as lesões parem de perseguir o atleta –  é entender que não é simples retomar a quilometragem e a intensidade habituais logo de cara, sem que seja feita uma transição adequada. Por exemplo, quem estava correndo provas de 21k antes de sofrer um problema no joelho deve se contentar momentaneamente com treinos e provas mais curtos, até que a região esteja preparada para suportar a antiga carga.

Já um corredor que treinava para uma maratona até sofrer com uma tendinite deve recalcular a rota para não castigar o próprio corpo novamente. A paciência para retornar aos objetivos é vital para não passar mais tempo no estaleiro. E todos os passos para a volta aos treinos devem ser planejados em parceria com o treinador e o médico responsável pelo tratamento da lesão.

“Dependendo da prova-alvo do atleta, o aconselhável é alterar o plano e escolher outra alternativa. Se o volume ou a intensidade aumentarem de maneira irresponsável, ele pode se machucar novamente. Quanto à volta aos treinos, deve ser feita aos poucos. É preciso reinserir a rotina de treinamento de corrida com acréscimos pontuais de volume ao longo das semanas”, diz Magalhães.