Rodolfo Gaioto/WOD NewsFoto: Rodolfo Gaioto/WOD News

Rumo ao CrossFit Games 2018: Anderon Primo

Atualizado em 19 de janeiro de 2018

Anderon Primo é, sem dúvida, o maior nome brasileiro na categoria individual no atual momento. Teve em 2017 seus melhores resultados: foi tricampeão brasileiro de crossfit, venceu uma etapa do Monstar Series e alcançou seu melhor resultado em participações nos Regionais.

Depois que Dave Castro anunciou uma etapa Regional só para a América Latina, a esperança se tornou ainda maior. Sem a presença dos americanos, Anderon Primo está perto do sonho de ir Rumo ao CrossFit Games 2018. “Quero me classificar e estar todos os anos lá”.

Qual a sua avaliação do seu ano 2017?

Fui tricampeão do TCB, fui para os Regionais, onde tive meu melhor rendimento em todas as participações, fui campeão também de uma etapa do Monstar em Brasília. Não considero o meu melhor ano, mas um dos melhores em rendimento nos campeonatos.

Tive uma fratura na perna em novembro de 2016 que mudou totalmente a minha preparação. A previsão era que eu chegasse no Open 2017 com no máximo 60% da minha performance, mas aconteceu que deu tudo certo. Eu mesmo me surpreendi com o resultado e a classificação pros Regionais.

 

 

Onde você mais treina hoje, na CrossFit Bauru ou na Berrini?

Lá em Bauru foi meu pontapé inicial. Comecei a treinar quando ainda era atleta de judô. Eu nem sabia o que era um Regional até me classificar em 2014. Fiz o Open sem saber o que era. Depois de lá eu decidi o que queria da minha vida. O judô perdeu espaço, comecei a periodizar meus treinamentos e falei: quero ser um atleta de crossfit.

Eu sou um atleta da CrossFit Berrini mas treino em Bauru. Passava três semanas lá e uma em São Paulo, até porque estava concluindo minha faculdade, curso Educação Física lá. Então preciso ficar mais tempo lá.

Como está a preparação Rumo ao CrossFit Games 2018?

Agora eu estou no período que a gente chama de off season, onde a gente trabalha muita carga, peso e técnica dos movimentos, com porcentagem alta nos exercícios. São raras as vezes que eu faço um WOD, acho que 3 ou 4 vezes por semana. Mais perto do Open esse número sobe pra 10, 12 WODs, mas com toda uma etapa de transição, trabalho de cardio e de ginásticos.

Meu treino é padrão, de segunda a sábado com duas sessões por dia. É a melhor forma pelo ponto de vista fisiológico. Fazer duas sessões de duas horas e meia, três horas você tem um rendimento melhor do que um treino só de 6, 7 horas, onde antes mesmo de concluir você já está muito fadigado e compromete sua performance e a qualidade dos movimentos. Então agora as primeiras sessões costumam ser com mais exercícios de força, levantamento de peso e a segunda mais focada no ginástico.

Ainda há o que melhorar? Como trabalha com os “pontos negativos”?

Um exercício que considero o meu ponto fraco é o HSPU, principalmente se for strict (somente usando a força). Todo o resto eu considero bem consistente: tanto o ginástico quanto o LPO, corrida e bike. Movimentos em strict ainda me atrapalham. Com essa surpresa dos dumbbells em 2017 a gente vem se preparando mais, usando mais esses acessórios diferentes, como pegboard, pra não ser surpreendido como no caso dos Regionais, com provas totalmente sem barbells (barras olímpicas).

Regionais na América Latina: positivo ou negativo?

Com certeza aumenta muito as chances. Se você levar em conta os Regionais de 2017, os melhores da América Latina foram Marcelo Bruno (11º) e eu (14º). Isso pra nós é ótimo. Além de não ter a concorrência dos americanos, teremos mais brasileiros na disputa. Mas acredito que agora a briga será entre eu e ele.

Isso é um ponto muito positivo para mim, é um estímulo a mais. Se der tudo certo é um primeiro passo para os outros anos que virão. Quero me classificar para o CrossFit Games e estar todos os anos lá.

Guilherme Malheiros tem chance grande ou ainda corre por fora?

O Guilherme Malheiros é um excelente atleta, ser segundo colocado no CrossFit Games mesmo que na categoria teen é um feito impressionante. Acho que ele vai ter um ou dois anos sofrendo na categoria principal (risos), uma fase de adaptação. Vai precisar de muita cabeça para controlar.

O Marcelo Bruno sempre foi um atleta de muito nome no crossfit aqui na América Latina. Desde 2014 ele tinha bons resultados no Open, mas chegava a uma prova específica ele caía no leaderboard. Os brasileiros sim devem dominar a maior parte das vagas. Também temos que ficar de olho na Bigg [Friends Recoleta, equipe argentina] que agora se desfez para todos competirem no individual. Eles têm bons atletas.

O que envolve a preparação do Anderon Primo Rumo ao CrossFit Games 2018 além dos treinos?

O Anderon Primo hoje é uma marca. Hoje sou patrocinado pela Reebok, Progenex, Red Bull. Sigo com meu coach Junior Carvalho e com o fisioterapeuta André Santos. Com apoio da clínica VER, faço tratamento ortomolecular, nutricional e psicológico. Acho eu todo atleta que busca alto rendimento precisa de um estímulo a mais, ter o nome associado à Reebok, marca de peso internacional, só agrega. Estou falando de querer levar tanto o nome Anderon Primo quanto o da Reebok ao lugar mais alto do pódio.