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Rumo ao CrossFit Games 2018: Luiza Marques

Atualizado em 01 de dezembro de 2017

Pequena gigante: o 1,53m de altura de Luiza Marques não condizem com o tamanho do seu sucesso no crossfit. Campeã brasileira de ginástica na categoria infantil, desde 2013 se dedica exclusivamente à “nova” modalidade e já esteve duas vezes na maior competição do mundo entre atletas de 14-15 anos.

Agora aos 16 anos quer estrear na categoria de cima e obter resultados ainda melhores. “Sou atleta desde pequena, sempre me cobro. Sempre vou querer estar melhor, sempre no primeiro lugar.” Luiza é mais uma brasileira Rumo ao CrossFit Games 2018.

 

 

SONHANDO GRANDE COM O CROSSFIT GAMES 2018

No CrossFit Games 2018 Luiza Marques deve estrear na categoria 16-17 anos, a última categoria para adolescentes.  “Pode ficar mais difícil porque todas elas serão mais velhas do que eu. Mas lembro de que também serão as mesmas meninas de 2016, quando eu era a mais nova daquela categoria e acabei indo melhor”.

Os planos da atleta da Punk CrossFit, de Goiânia, não são pequenos. Uma terceira participação consecutiva no CrossFit Games é pouco para quem sempre foi atleta. “Sempre vou querer estar melhor, sempre no primeiro lugar”, reforça a jovem vitoriosa: em 2012 Luiza foi campeã brasileira de ginástica na categoria infantil. Agora, a pequena gigante toma cuidado para que a própria cobrança e o nervosismo não voltem a atrapalhar.

“Meus treinadores nunca me pressionaram, nem meus pais, nem patrocinadores. É uma cobrança minha. O fato de eu já ter sido atleta pesa um pouco pro meu lado. Sempre penso que estou representando meu box, meu país.”

Desde o fim do TCB 2017, a jovem já pensa no caminho Rumo ao CrossFit Games 2018. “Minha cabeça está sempre no Open, Qualifier e Games. Agora eu passei pro Wodapalooza em Miami então vou me preparar um pouco antes. Não que eu tenha que estar na melhor fase, mas as meninas que estão lá são as mesmas do Games pois são todas americanas, vai ser uma boa referencia”, comenta animada.

Para competir de igual para igual com as melhores do mundo, Luiza Marques treina 6 dias na semana até por três períodos. “Com exceção de domingo, que é o meu descanso. Na quinta é um descanso ativo, que geralmente é natação. Meus treinos têm de duas ou três sessões, sempre durante a tarde”.

Ainda longe do Open, Luiza aproveita os treinos para treinar e melhorar suas deficiências. “Preciso melhorar meu cardio, então agora tem muita corrida, remo. Mais perto do Open a gente procura repetir os WODs dos anos anteriores, sempre no mesmo estilo”. A pequena ainda afirma que pelo menos uma vez na semana treina com “objetos estranhos”. “Bolas, kettlebell, dumbbell, usamos de tudo pra ninguém ser pego de surpresa”.

ADOLESCÊNCIA “ANORMAL”

Atleta de ginástica desde os 5 anos, Luiza fala que não leva a vida como todos os jovens de sua idade há muito tempo. “Eu ainda estudo e tenho que treinar. Eu saia um pouco mais antes, mas desde que decidi que é isso que quero para minha vida, virou uma prioridade. Não sou uma adolescente como todas as outras, tenho que deixar algumas coisas para trás, estou a maior parte do meu tempo dentro do box”.

Algumas das coisas que ficaram para trás foram as comidas que ama. “Eu amo comer besteiras, mas minha nutricionista cuida bem disso. Antes eu não podia ver um chocolate que eu ia comer, mas agora tenho mais maturidade. Ela me coloca metas: eu sigo um plano de 10, 15 dias, e no fim fico liberada para comer algumas coisas por um dia”.

Além do suporte físico que o passado na ginástica deu, Luiza é cercada por uma equipe que ajuda a manter sua performance em alto nível. “Tenho nutricionista, fisioterapeuta, quiroprata, faço tratamento ortomolecular. É um apoio importante que recebo quase todos os dias”.

Muito jovem, ela confessa que não esperava a vida de atleta de alto nível e não se acostumou em ser tão reconhecida. “É legal saber que as pessoas se inspiram, é bom fazer o bem pela vida de outras pessoas, estimular o esporte a prática de uma atividade física. Ainda não vou bem com redes sociais, confesso que tenho um pouco de preguiça (risos), mas sei o quanto é importante”.

Para finalizar, Luiza Marques reitera seu objetivo. “Eu quero ter um título como teen, no CrossFit Games 2018 ou no outro [2019]. Na categoria individual você muda muito, é tudo muito diferente, gente muito mais velha e que treina a mais tempo, mais preparados”.

SINCERIDADE COM 2017

Luiza Marques esteve pela segunda vez no CrossFit Games em 2017. No ano anterior, finalizou na 8ª colocação entre meninas de 14-15 anos. Nesse ano, ainda mais experiente, queria um resultado melhor, mas não saiu como planejado.

“Eu treinei bastante para o Games me preparei muito, mas chegando lá minha cabeça me atrapalhou, me pressionei demais”, conta a atleta, que dessa vez fechou a competição na 12ª posição entre as 20 adolescentes da categoria. “Não fiquei triste, mas percebi que estava nervosa”.

A sinceridade da atleta se mistura com bom humor ao avaliar sua participação na competição e seu rendimento em algumas provas. “Fui muito bem no RM de Snatch, era realmente uma prova boa para mim. Não gostei da prova de corrida e de natação, porque tive muito medo de nadar naquele lago, fiquei chocada quando fiquei sabendo. No final fiquei feliz só de ter conseguido terminar a prova, mas foram 500 metros que não acabavam nunca (risos).”

Apesar do resultado inesperado, menos de um mês depois a goianiense conquistou um título que ainda não tinha: foi campeã brasileira “teen” do Torneio CrossFit Brasil, o campeonato brasileiro da modalidade. “Estava bem cansada pois vinha de uma competição mundial de 4 dias, mas tudo deu certo. Nunca tinha competido quatro dias e acabei fazendo isso duas vezes no mesmo mês”.