Música Para Todos leva cena independente a Indaiatuba

Atualizado em 23 de setembro de 2022

Um espaço de convivência que combina arte, cultura e muita diversão. Este é o Música Para Todos, iniciativa que visa democratizar o acesso ao ritmo instrumental e divulgar os novos talentos da cena independente. Com entrada gratuita, o evento acontecerá no Parque Ecológico de Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo, em 25 de setembro.

O Música Para Todos é apresentado pelo Ministério do Turismo e pela Toyota, patrocinadora oficial. As atrações convidadas, todas nacionais, reforçam e celebram a diversidade tão intrínseca à população brasileira — subirão ao palco o projeto AFROJAM-SP, o duo 2DE1 e o grupo Jazzmin’s Big Band.

Conheça as atrações

AFROJAM-SP

Uma ode à música de artistas pretos independentes, sob a insígnia “celebração e protagonismo: das tradições ao afrofuturismo”. As apresentações da AFROJAM-SP incluem um pocket show autoral, seguido por uma jam session inédita, realizada sem ensaio prévio.

O projeto estreou em fevereiro de 2019 em um formato clássico, inspirado nos antigos clubes de Jazz. Atualmente, a AFROJAM-SP vai além de um laboratório de experimentação e livre criação de música. Trata-se de um local para troca de experiência e saberes, revelação de novos nomes da cena independente paulistana, bem como um espaço de representatividade para a população preta. 

2DE1

Duo santista formado pelos gêmeos Fernando e Felipe, que atualmente divulgam seu novo EP, “Emersão”, lançado em 2021. Os álbuns “Ferida Viva”, de 2019, e “Transe”, de 2017, completam a discografia. 

Com cinco faixas, o atual trabalho conta uma única história, abordando a necessidade de ruptura e autoconhecimento na busca por um novo caminho. Através da organização e do coletivo, a esperança é a grande mensagem apresentada pelos irmãos.

Nos palcos, Fernando e Felipe são acompanhados pela baterista Alana Ananias e pela baixista Beatriz Lima. Eles prometem um show envolvente, com guitarra, synths, baixo, bateria forte e vocais marcantes.

Jazzmin’s Big Band

Um grupo inteiramente feminino, composto por 17 instrumentistas de diferentes gerações e tendências musicais. A sonoridade singular conta com vibrafone, clarinete, clarone, trompa e flautas, além dos instrumentos tradicionais de uma big band.

Idealizado pela saxofonista Paula Valente e pela pianista Lis de Carvalho, o projeto surgiu da necessidade de que se abram espaços para a expressão feminina na música instrumental.

Vencedora do Prêmio Profissionais da Música na categoria “Orquestras”, em 2018, a Jazzmin’s Big Band tem repertório voltado à música brasileira, com composições originais e arranjos especiais. “Quando te Vejo”, seu primeiro álbum, foi lançado em 2021.

Igualdade ainda está longe de ser atingida

Autodeclarados pretos ou pardos somam 56,1% da população brasileira, segundo o IBGE. No ensino superior, eles são 38,5% do total de matriculados. Entretanto, 37,9% dos homens e 33,2% das mulheres negras com diploma trabalham em cargos que não exigem formação superior, de acordo com informações do Instituto iDados.

A situação piora: um levantamento do site Vagas.com mostra que negros são 47,6% em funções operacionais e auxiliares, mas apenas 0,7% ocupam cargos de diretoria. Como coordenadores ou supervisores, são 8,3% entre os assalariados. Somente 3,5% estão em posições seniores e 3,4% são gerentes.

No que se refere à participação feminina no mercado de trabalho, os números são ao menos 20% inferiores aos dos homens, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE). Não bastasse, a discrepância salarial ainda persiste, mesmo entre trabalhadores com mesmo nível de escolaridade, idade e ocupação. 

Já a população LGBTQIA+ continua a ser discriminada no ambiente profissional: 41% afirmam já ter sido hostilizados em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero, segundo pesquisa do Center for Talent Innovation. Apenas 4% das mulheres transgênero possuem emprego formal e cerca de 90% estão na prostituição, de acordo com informações da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Tamanha discrepância reforça a importância de iniciativas orientadas à difusão do trabalho de profissionais pertencentes a grupos minorizados. Para saber mais sobre o Música Para Todos, acesse www.circuitomusicaparatodos.com.br