Americanos usam monitor cardíaco para acompanhar efeito de drogas

Atualizado em 12 de julho de 2018
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Não é novidade que aparelhos com recursos fitness, como o Apple Watch e o Fitbit, são extremamente úteis ao passarem ao usuário informações como a frequência cardíaca. Mas você sabia que usuários de drogas estão usando monitores cardíacos para acompanhar os efeitos que as substâncias causam no próprio corpo?

Segundo reportagem do site norte-americano CNBC, a prática tem se espalhado nos Estados Unidos, já que alguns usuários de drogas acreditam que o monitoramento da frequência cardíaca ofereceria parâmetros para uso mais seguro de substâncias ilícitas. 

A matéria cita o caso de um usuário californiano, que percebeu através do Fitbit o aumento de seu batimento cardíaco após o uso de cocaína. Segundo o norte-americano, que não teve seu nome divulgado, sua frequência cardíaca estava em 150 batidas por minuto, apesar de ele estar sentado há horas. O fato chamou sua atenção, já que o número era bem superior até mesmo ao de situações de grande estresse. 

Em seguida, um outro amigo fez o mesmo teste. Em 20 minutos, o ritmo apresentado no monitor cardíaco aumentou de 80 para 150 bpm. Em entrevista para a CNBC, o usuário disse que depois do teste, carrega o monitor cardíaco para todos os lugares, inclusive festas e passeios. 

De acordo com o Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, além do aumento extremo da frequência cardíaca, a cocaína causa mais de 5.000 mortes por ano em overdoses ligadas a ataques cardíacos, derrames entre outras complicações.

 

 

Nas redes sociais e fóruns, como o Reddit e Twitter, outros usuários de drogas também compartilham experiências com aplicativos de monitoramento cardíaco enquanto usam os entorpecentes.

“Usar é sempre um risco, esteja você monitorando ou não”, disse o cardiologista e professor da Universidade da Califórnia Ethan Weiss. “É possível que isso esteja levando as pessoas a usar ainda mais cocaína”, completou.

Após as entrevistas, representantes da Fitbit e da Apple não quiseram se pronunciar sobre o assunto.