Educação Física além do óbvio

Atualizado em 20 de setembro de 2016
Mais em Treinamento

Na 3ª série, a Educação Física busca mobilizar os alunos para uma prática regular e reflexiva, a respeito de jogos, ginásticas, lutas e danças. Em 2015, como forma de enriquecer as experiências e a participação ativa do estudante, propus como fechamento do curso e instrumento de avaliação formativa um exercício de autoria e síntese de habilidades que, com certeza, irão fomentar novas ideias para o curso em 2016.

O “Trabalho de Autoria” possui duas etapas, sendo a primeira a redação de um projeto em grupos pequenos, formatado dentro do rigor da elaboração de trabalhos acadêmicos no Ensino Médio, que revele uma problematização nos campos da saúde, qualidade de vida ou outros no âmbito das atividades físicas, e sustente a criação de uma empresa, a sua finalidade, a justificativa, o seu nome ou razão social, além do segmento de atuação no mercado: Saúde, Lazer e/ou Atividades Físicas.

A afinidade, experiência e/ou vivência pessoal mínima dos integrantes com a proposta é algo relevante na segunda etapa, cujo foco é a redação da problematização, a coerência dos dados e da criação de um serviço útil para dar conta da demanda percebida. O levantamento de dados e informações com referências de consulta fidedignas e a demonstração de conceitos corretos sobre gestão da atividade física aprendidos na Educação Física constituem critérios de avaliação importantes. Neste texto, a “empresa” deverá ainda planejar e descrever uma “aula modelo”, de 50 minutos de duração, organizada no cronograma do curso, para demonstrar a ideia criada para a sua sala/classe, com descrição detalhada dos objetivos, das atividades, espaços, recursos materiais e audiovisuais necessários (dentro do possível). Os textos são analisados nas aulas de Português em conjunto com Educação Física. Nessa segunda etapa, o foco é a demonstração de autonomia e de habilidades relacionadas com a socialização de saberes, de comunicabilidade e envolvimento prático dos integrantes na execução da “aula modelo”. Os retornos aos alunos se desenvolvem em rodas de conversas e reflexões sobre pontos positivos e para melhorar.

Dessa forma, acredito revisitar o acervo cultural, motor, as experiências de comunicação, o planejamento antecipado, a expressão pessoal, o poder de síntese e a coerência nos registros das ideias, da problematização e consequente proposta de atuação em um segmento de relevância social presente nas bases da área da Educação Física (saúde, lazer e atividades físicas), suscitando no aluno as habilidades de autocrítica e de exploração de suas potencialidades.
Matéria publicada no site Estadão