Ivan Tomio DreherFoto: Ivan Tomio Dreher

La Liebre: passeando de fixa pelas montanhas da América do Sul

Atualizado em 24 de abril de 2018
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Começou no último dia 20 a terceira edição do La Liebre Fixed, um passeio de bike fixa que levará 27 participantes para cruzar os Andes partindo de Las Vegas, na Argentina, e chegando em Valparaiso, no Chile. Os ciclistas devem cobrir 390 km em quatro dias de pedal, se hospedando em albergues e acampamentos. “Batizamos o rolê de “La liebre” pois lebres são muito comuns naquela região, além de rápidas“, nos contou Aliakim de Sá, 27, um dos organizadores da viagem.

A ideia original começou em 2015, quando Aliakim e seu amigo Adan Souza resolveram organizar uma cicloviagem com um perfil diferente. Fixeiros há anos, traçaram um objetivo ambicioso para as próprias pernas: explorar os Andes de fixa, partindo de Balneário Camboriú (SC), onde vivem, e passando por várias cidades desde a Argentina até o Chile. A dupla divulgou a ideia em grupos de bike fixa no Facebook e arranjou companhia: ao todo, 17 ciclistas participaram do projeto, pedalando 190 km.

Cenas da primeira viagem do La Liebre aos Andes, em 2015 (Todas as fotos: Ivan Tomio Dreher/Divulgação La Liebre)

Em 2016, Adan encarou uma nova trip, desta vez sozinho: pedalou de Jujuy, uma pequena província no noroeste da Argentina, até o Atacama. Em 2017, a dupla se reuniu e encarou junta a Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, um dos desafios ciclísticos mais famosos do Brasil. “Claro que fizemos o percurso todo de fixa, inclusive muitas partes de off-road“, conta Aliak. 

Para 2017, Aliak e Adan resolveram convidar mais gente e retornar ao percurso inicial. Nos quatro dias, guiarão os demais ciclistas, vindos do Brasil, da Argentina, do Chile, do Uruguai e da Colômbia, de Las Vegas a Uspallata (70 km), de lá para Las Cuevas (85 km), seguindo para Panquehue (100 km) e chegando em Valparaiso (125 km). Não há competição. “Nossa proposta é ser um passeio. É claro que as pessoas pedalam em ritmos diferentes, mas sempre esperamos todo mundo chegar e contamos também com um carro de apoio”, diz Aliak. 

Mas não foi sempre tão fácil. “No primeiro ano estávamos muito crus, não sabíamos direito quanto tempo demoraríamos de um ponto a outro, fizemos alguns cálculos errados e era difícil manter todo mundo junto“, explica ele. “Dos 17 que começaram o passeio, apenas quatro concluíram o percurso – nem eu nem o Adan estávamos neste grupo”, ri. 

 

Em 2019, Aliak e Adan planejam revisitar o percurso do Atacama. “Queremos repetir os três percursos que já fizemos: Andes, Atacama e Serra do Rio do Rastro, com cada vez mais gente”. 

 

** Acompanhe a trajetória do La Liebre 2018 pelo Instagram no @laliebrefixed