Embora ainda seja uma atividade pouco comum entre os atletas de corrida de aventura, a prática do Pilates pode ser bastante produtiva como complemento nos treinamentos para esse esporte. Os principais benefícios são uma melhor flexibilidade – prevenção de encurtamentos musculares – e mobilização das articulações. Afinal, a Corrida de Aventura exige horas de contração dos músculos, levando-os à fadiga.

Antes de avançarmos no tema, no entanto, cabe uma introdução à atividade. A origem do nome tem que ver com seu criador, o alemão Joseph Pilates, que desenvolveu a prática em 1920. O Pilates tem influências da yoga, do zen budismo, das artes marciais e dos exercícios praticados pelos antigos gregos e romanos. Pensando no princípio de “mente sã e corpo são”, Joseph criou uma atividade física baseada em seis princípios básicos: respiração, concentração, controle, alinhamento, centralização e integração de movimentos.

Bem executada e orientada, não traz impactos nocivos para as articulações, ligamentos e musculatura. Qualidade de vida, consciência corporal, respeito e integração plena corpo-mente são o foco desse método. Pilates também inventou muitas máquinas para fazer exercícios. Na criação dos aparelhos ele aproveitava partes dos amortecedores dos carros alemães usados a 1ª Guerra Mundial. Após o fim do conflito e com a Europa destruída, mudou-se para Nova York, onde aperfeiçoou sua técnica e suas máquinas.

Voltando aos benefícios, podemos destacar, entre os ganhos proporcionados ao atleta de aventura o fortalecimento do CORE ou cinturão (Powerhouse), que, por sua vez, envolve a região abdominal e lombar, ambas muito exigidas nas modalidades Canoagem, Mountain Bike e Trekking – essa última devido à sobrecarga da mochila, sempre usada nas provas para transportar o equipamento. Com a região fortalecida permite-se a prevenção de lesões, por exemplo, desde uma simples dor lombar, até protusões discais ou hérnias.

O Pilates leva, ainda, a uma melhor consciência corporal e, como consequência de um ganho de flexibilidade e fortalecimento muscular, a postura adquire um melhor alinhamento. Funciona, assim, como prevenção de futuros desvios posturais, preparando principalmente a musculatura para a sobrecarga que o corpo irá sofrer durante as provas e treinos.

Além desses pontos importantes, o Pilates pode ser trabalhado de forma funcional, direcionado para o objetivo do atleta nas suas modalidades esportivas e pontos fracos.

Pode, ainda, ser usado em exercícios direcionados (funcionais) para Canoagem, Ciclismo e Corrida, além de treinamentos proprioceptivos de membros inferiores, principalmente dos tornozelos devido aos terrenos irregulares no qual as provas são realizadas.

Sendo assim, o Pilates na Corrida de Aventura tem o objetivo de proporcionar um corpo forte, flexível, com boa consciência corporal e postural para suportar a sobrecarga ao corpo e lidar com as variações de terreno.

A atividade deve ser aplicada em sessões de 1 hora em aparelhos próprios ou no solo. E, para aqueles que têm interesse em começar, indico a Harmonie Pilates, do meu fisioterapeuta Allan Santili que vem me acompanhando desde 2009, como centro de referência para Corredores de Aventura. Allan é triatleta há mais de 10 anos e tem aplicado seus conceitos científicos nos meus treinamentos diários. O endereço do site é www.harmoniepilates.com.br.

“Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma, você é um velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um jovem.” Joseph Pilates

Enduro!