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Por Paula Ricupero
Com a crescente participação feminina na corrida, os benefícios da atividade física para a saúde da mulher, como o controle e a manutenção do peso corporal, a melhora do sistema cardiovascular e a prevenção de doenças — sem contar a redução do estresse e a melhora da autoestima — ganharam destaque. No entanto, a prática sem orientação especializada, treinos excessivos com intervalos insuficientes de recuperação, dentre outros fatores, fizeram com que aumentasse o número de lesões e problemas de saúde entre as atletas, pontos fracos das corredoras.
É claro que, em qualquer esporte, ambos os sexos estão sujeitos a se machucar durante o treino ou competição. Porém, algumas características biológicas intrínsecas às mulheres tornam-nas mais suscetíveis a algumas lesões e incômodos fisiológicos. Listamos a seguir uma série de problemas comuns entre as corredoras para que você possa conhecer melhor o seu corpo e, assim, se prevenir contra férias forçadas do asfalto.
CORREDORA, REDOBRE A ATENÇÃO COM O VERÃO
DA EMOÇÃO À LESÃO NA CORRIDA DE RUA
ATAQUE PELAS COSTAS DA CORREDORA
POR QUE DÓI?
Fratura por Estresse
Responsável por 10% das fraturas esportivas, e podendo representar até 25% entre os corredores (segundo dados apresentados no Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e Esporte, em 2010), a fratura por estresse é uma microscópica fissura no osso causada pela sobrecarga e pelo esgotamento muscular. Ao atingirem a fadiga, os músculos reduzem a absorção do impacto e transferem toda a carga para o osso, o que pode resultar, com o tempo, em uma microfissura.
Diversos estudos têm indicado que a incidência da fratura por estresse pode ser muito maior na mulher, porém, segundo Ana Paula Simões, ortopedista e traumatologista do esporte, é preciso esclarecer essa afirmação. “Em condições iguais de saúde e de condicionamento físico, ambos têm a mesma probabilidade de ter a lesão. O que difere um do outro são condições intrínsecas ao universo feminino envolvendo fatores hormonais e nutricionais que, quando desregulados, favorecem o aparecimento da fissura”, explica a especialista.
Na busca pelo corpo perfeito, muitas mulheres associam exercícios e dietas restritivas, o que pode resultar em uma combinação de distúrbios: a Tríade da Mulher Atleta (TMA), que se caracteriza pela desordem alimentar, amenorreia (interrupção do ciclo menstrual) e perda de massa óssea. Entre as possíveis causas da TMA estão: excesso de treino, baixa gordura corporal, perda de estoques específicos de gordura (como a localizada no quadril, pernas e nádegas) e dieta inadequada. “Esses fatores levam a mulher a sofrer alterações hormonais que desregulam o ciclo, fazendo com que a absorção de cálcio pelo organismo seja prejudicada e, consequentemente, ocorra perda óssea”, afirma a ortopedista.
Além de aumentar as chances de uma fratura por estresse, a esportista pode, caso a síndrome não seja tratada, desenvolver osteoporose precoce, pois nem toda a densidade óssea perdida durante a amenorreia será restaurada.
Problemas no quadril
As lesões de quadril têm como principais fatores o aumento na intensidade e volume do treino e o excesso de impacto. “Nas corredoras de longas distâncias, os problemas mais comuns relacionados a essa região são as tendinites dos músculos, como os adutores e o reto anterior da coxa, lesões da cartilagem articular, lesões condrais e fratura por estresse de fêmur”, comenta Ricardo Munir Nahas, coordenador do Centro de Medicina do Esporte do Hospital 9 de Julho.
Apesar de afetar ambos os sexos, a corredora está mais suscetível a ter uma lesão de quadril devido ao diâmetro de sua bacia, que é maior que a dos homens, e também pela sua tendência natural a ter joelhos voltados para dentro, em forma de “X”, conhecido tecnicamente como joelhos valgos.
Uma lesão muito frequente em mulheres é a bursite de trocanter maior (ou trocanteriana), que, segundo alguns autores, pode ocorrer entre quatro e nove vezes com mais frequência nas atletas. “O trocanter maior é uma região do fêmur com origem e inserção de músculos muito utilizados na corrida, como o vasto lateral e os glúteos médio e máximo. Para proteger o tendão do atrito com o osso, o organismo tem bolsas (bursas) que evitam a fricção, mas que, com o excesso de esforço repetitivo, podem sofrer um processo inflamatório: a bursite”, explica Ricardo. Para evitar o problema, recomenda-se fazer um rigoroso aquecimento muscular na região antes do treino e um efetivo alongamento após o seu término. É imprescindível, também, que o volume e a intensidade das corridas sejam aumentados sempre gradativamente e respeitando o nível de condicionamento.
Incontinência urinária
Apesar de existirem poucos estudos nacionais com atletas, estima-se que uma em cada três jovens esportistas pode apresentar incontinência urinária (IU), principalmente aquelas que praticam atividades de alto impacto, como as corredoras. Estima-se que 200 milhões de pessoas no mundo apresentam algum tipo de IU. Porém, somente a partir de 1998 esse problema deixou de ser avaliado apenas como um sintoma e passou a ser considerado uma doença segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID).
A perda involuntária de urina tem origem no aumento da pressão intra-abdominal e no enfraquecimento do assoalho pélvico, formado por músculos, ligamentos e fáscias e responsável, sobretudo, por sustentar a bexiga, o útero e o reto. Durante a corrida, o impacto na região é de três a quatro vezes o peso corporal. Outro fator relacionado é a diminuição nos níveis de estrógeno, que resulta na redução do tônus muscular.
Uma pesquisa realizada em Portugal com 233 atletas da Universidade do Porto mostrou que 29% delas apresentam incontinência urinária. O resultado foi semelhante a outro estudo realizado na França, pelo Laboratory of Functional Exploration of the Nervous System, que demonstrou que entre as atletas colegiais, 28% apresentavam algum grau de perda de urina.
Apesar de ser frequente entre as esportistas, muitas não procuram ajuda por vergonha ou por acreditarem que é normal perder urina durante o exercício. “Não é uma condição normal mesmo em estágio leve, pois, mesmo não oferecendo risco, a incontinência urinária está associada à perda de qualidade de vida, redução no rendimento e piora na autoestima, podendo levar, inclusive, à depressão”, afirma a ginecologista Andréia Mariane de Deus.
“Muitas pessoas param de se exercitar por conta do problema”, completa. Tanto a prevenção quanto o tratamento — em casos ainda não avançados — podem ser feitos pelo fortalecimento da musculatura pélvica, por meio de exercícios simples de contração e relaxamento dos músculos genitais. Em casos mais graves, pode ser necessária uma cirurgia – procedimento que, graças aos avanços tecnológicos, está cada vez menos invasivo.
Lesões no joelho
Outra consequência de a mulher ter um quadril maior são as alterações biomecânicas que isso causa nos joelhos — e que favorecem o aparecimento de lesões. Segundo o fisioterapeuta Evaldo D. Bosio Filho, são diversas as contusões que acometem as corredoras, mas a principal delas é a síndrome patelofemoral (ou condromalácia patelar), que pode ser definida como um processo degenerativo da cartilagem que reveste a patela e os côndilos femorais. “Esta é uma lesão muito comum e que atinge mais as atletas. Para cada cinco mulheres com condropatia patelar, temos um homem”, afirma. A principal queixa das corredoras são as dores na região anterior do joelho, seguidas de sinais clínicos de crepitação e instabilidade articular (estalos na articulação do joelho), hipotrofia do quadríceps (perda da massa muscular) e derrame articular (edema).
Entre os fatores de risco estão: patela alta, relacionada com o encurtamento do músculo quadríceps (localizado na região anterior da coxa); encurtamento dos músculos isquiotibiais (posterior da coxa); fraqueza muscular do quadríceps; alterações da biomecânica dos membros inferiores (joelho valgo, pé pronado e comprometimento do alinhamento patelar), entre outros. Além desses, somam-se a esta lista os treinos exaustivos, sobrecarga de impacto na articulação e gestos repetitivos de flexão de joelho. Uma boa pedida para fugir do problema é reforçar a região por meio da musculação.
(Matéria publicada na Revista O2 – edição #132 – abril de 2014)
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