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Vem bebê aí? Saiba como correr com segurança durante a gestação

Atualizado em 24 de julho de 2023

Durante a gravidez é necessário ter alguns cuidados, mas isto não significa que as corredoras que serão futuras mamães precisam deixar de fazer tudo aquilo que estão acostumadas. O que muitas gestantes não sabem é que manter a prática da atividade física neste período pode trazer inúmeros benefícios.

Um deles é na questão emocional, já que a prática esportiva ajuda a elevar a autoestima e o bem-estar. Além disso, a corrida melhora o sono e a respiração, previne o excesso de peso, diminui a retenção de líquidos e auxilia durante e após o parto.

“Continuar correndo durante a gravidez deixa a mulher mais preparadas para o parto (normal), além de melhorar a recuperação pós-parto. A atividade também diminui o desenvolvimento de problemas como a diabetes gestacional, hipertensão, pré-eclâmpsia e obesidade”, explica Tathiana Parmigiano, obstetra e ginecologista do esporte.

No entanto, a corrida não é recomendada para as gestantes que nunca correram. As futuras mamães que querem sair do sedentarismo de forma saudável podem optar por atividades mais leves, como as caminhadas ou atividades específicas para este momento, como hidroginástica, ioga para gestantes, entre outras. Afinal, esta não é a melhor hora para iniciar uma atividade física intensa, pois o corpo já está passando por muitas adaptações.

Desacelere

Na hora dos treinos, o cuidado deve ser maior com relação à intensidade e ao esforço, principalmente para não elevar a frequência cardíaca. “É importante manter uma frequência cardíaca mais baixa do que o habitual, dependendo muito do estado da gestação e do nível da atleta”, indica a treinadora e mãe Camila Hirsh, diretora técnica da Personal Life Assessoria Esportiva. Portanto, devido às mudanças corporais e metabólicas mais bruscas, a recomendação é desacelerar a partir do segundo trimestre de gravidez.

“Apesar de ser uma fase ótima para a atividade, pois os enjoos e a sonolência já diminuíram, deve-se diminuir a intensidade dos treinos devido à redução do fluxo sanguíneo para o útero”, fala Valéria Santos, professora de educação física e doutora pela Unifesp. “Isso porque o sangue irá regar principalmente os músculos dos membros inferiores, podendo reduzir o oxigênio para o feto”, completa.

Mas e a hora de parar? Para Camila, o momento certo é quando a corredora já não se sente mais confortável durante a atividade. “Já no final da gestação – por volta dos dois últimos meses – fica mais difícil e cansativo correr, especialmente por conta do ganho de peso e do tamanho da barriga, por isso vale a pena parar ou apenas manter leves caminhadas, levando sempre em consideração as recomendações do obstetra”, explica. “O deep running é uma opção excelente para o fim da gestação, pois a imersão na água ajuda na diurese e poupa as articulações de sobrecarga, além de minimizar a percepção do peso”, recomenda Tathiana.

Fique atenta

Alimentação e hidratação adequadas são essenciais para manter a saúde da gestante e do bebê, portanto a ingestão de água deve aumentar principalmente nos dias de muito calor, para não prejudicar o desempenho e, claro, a saúde da futura mãe e do bebê. “A hipertermia – alta temperatura do corpo – é  um fator que pode estar relacionado às malformações fetais”, revela Tathiana.

O bebê chegou! E agora?

  • Respeite seu corpo e as recomendações médicas de repouso e pausa nos treinos de corrida – que variam dependendo do parto. Ao retornar, tenha paciência: o desempenho melhora com o passar dos treinamentos. “Ocorrem muitas fraturas por estresse na volta de treinos após o parto, por isso é bom ter calma e um programa de treinos”, indica Camila;
  • É muito importante manter uma boa alimentação e hidratação durante a amamentação e a volta à corrida por causa do alto gasto energético deste período e dos cuidados com o bebê;
  • O exercício não altera a quantidade e nem a qualidade do leite se for feito de maneira moderada, mas fique atenta: “A produção de ácido lático pode alterar o gosto do leite e, com isso, o bebê diminui a sucção, principal fator estimulante para a secreção de leite, prejudicando o aleitamento”, finaliza Tathiana.