Ana Marcela Cunha e o desafio do Rio 2016

Atualizado em 20 de abril de 2016

A baiana Ana Marcela Cunha, 23 anos, tem o espírito da praia e da natação em águas abertas desde criancinha. O principal nome do Brasil na maratona aquática (prova de 10 km) no Rio 2016 também está habituada com o local da disputa olímpica, a praia de Copacabana. Ela se sente em casa no Rio e para o grande desafio até o momento da carreira, que é disputar uma medalha olímpica no país em que nasceu. Em Pequim (2008), ela conseguiu o quinto lugar nos 10 km, aos 16 anos, sua melhor marca em Olimpíadas.

Já classificada para o Rio 2016, a vencedora de três medalhas no último Mundial (bronze nos 10 km, prata nos 5 km misto e ouro nos 25 km) disputado em Kazan (Rússia), Ana Marcela Cunha conta como está o trabalho para a disputa em casa, comenta as concorrentes à medalha e revela o que gosta de fazer quando não está dentro de uma piscina ou no mar.

Você tem se destacado em competições internacionais. A pressão de ir bem nas Olimpíadas em casa assusta, ou você está com a cabeça em paz?

Certamente, estar em casa vai gerar uma adrenalina a mais. Mas, para mim, isso não assusta, pelo contrário, motiva ainda mais. Estar em casa, com a torcida a meu favor, serve como um ponto positivo e não prejudicial.

O que muda de um Mundial para as Olimpíadas? Já detectou o que quer melhorar e o que quer apagar da sua preparação/performance?

Tudo. A Olimpíada é o ápice na carreira de um atleta, seja qual for o esporte que ele pratique. A gente se prepara quatro anos para chegar a este momento. Os personagens, na maioria das vezes, são os mesmos, ou seja, a grande maioria dos atletas que participa dos Mundiais estará nos Jogos Olímpicos, mas a magia que envolve esta competição é diferente. Minha equipe multidisciplinar e eu somos eternos insatisfeitos. Queremos sempre buscar coisas novas e desafios diferentes. Sempre achamos que podemos evoluir neste ou naquele ponto. Então, posso adiantar que, até agosto do ano que vem, vamos intensificar o que está dando certo, com algumas novidades.

Quais atletas você aponta que vão brigar com você nos 10 km? Como é a competição com a Poliana?

A briga vai ser boa, assim como foi no Mundial deste ano. Temos várias atletas com chances de vitória e de pódio. Posso destacar a atual campeã olímpica, a hungara Eva Risztov, a francesa Aurelie Muller, a holandesa Sharon Rouwendaal, a italiana Rachele Bruni, entre outras. A Poliana também é uma excelente concorrente e tem chances de brigar por uma medalha.

O que você gosta de fazer quando não está em águas abertas? Curte ficar tranquila na piscina, tomando um sol, ou prefere programas menos aquáticos?

Gosto muito de praia, mas nos momentos de folga o que quero mesmo é colocar “as pernas pro ar”, dormir até quando tiver vontade, estar com minha família, curtir minha cachorra Sophie e meus amigos. Não dispenso uma comida japonesa, mas sou bem caseira.

Você mudou algo na alimentação para melhorar a performance? Qual alimento não pode faltar no seu dia a dia?

Tive que mudar, né. Hoje em dia, não posso me dar ao luxo de comer as guloseimas que qualquer pessoa adora. A dieta faz parte da minha vida. Sou proibida de comer quase todas as “delícias”, como doces. Minha alimentação é balanceada e preciso comer em horas determinadas. Como meu esforço é muito grande durante os treinamentos, não posso ficar longas horas sem me alimentar e já me acostumei. O objetivo é muito maior do que qualquer sacrifício.

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