Hélio de la Peña: humorista, escritor e nadador

Atualizado em 07 de julho de 2017
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Hélio de la Peña em ação – Foto: Satiro Sodre/SSPress

O carioca Helio de la Peña é uma figura bastante conhecida da televisão e da comédia. Durante duas décadas, ele integrou o grupo Casseta & Planeta, sucesso de audiência nas noites da TV Globo, além de participações em filmes, seriados e novelas. Um personagem bastante popular também nas redes sociais, com mais de 2 milhões de seguidores no Twitter. Mas porque a SWIM CHANNEL, um veículo especializado em natação e águas abertas esta falando de um humorista da TV? Pelo simples fato dele também ser nadador, algo que muita gente não sabia.

Há quase oito anos, Helio treina com a equipe dos Gladiadores, comandada por Luiz Lima no posto 6 da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O humorista, que sempre faz piadas com seus colegas de treino, também costuma participar de eventos de águas abertas e já perdeu a conta de quantas braçadas já deu nas águas pelo Brasil. Mas não é só no humor e na natação que Hélio tem talento. Ele também é escritor e roteirista e acaba de lançar seu mais movo trabalho, em parceria com Daniel Takata, redator da SWIM CHANNEL: a biografia de Poliana Okimoto.

A SWIM CHANNEL conversou com Hélio de la Peña sobre como foi a experiência e desafio em contar a história da primeira mulher medalhista olímpica da natação brasileira, sua relação com a natação e se tem planos de realizar no futuro alguma prova mais exótica. Confira abaixo a entrevista com o Casseta!

Hélio de la Peña com Allan do Carmo - Foto: Arquivo pessoal

Hélio de la Peña com Allan do Carmo – Foto: Arquivo pessoal

SWIM CHANNEL: Conte um pouco mais sobre sua relação com a natação? Quando você aprendeu a nadar e como foi sua primeira experiência nas águas abertas?

HÉLIO DE LA PEÑA: Meu primeiro contato com a natação foi quando era criança. Meu pai me colocou na aula de natação, mas eu não gostava muito. Naquela época, não tinha tanta tecnologia como hoje e as piscinas tinham muito cloro. E eu não gostava de passar muito tempo na piscina, ficar com os olhos ardendo, além de não me ver como um atleta. A verdade é que eu aprendi a nadar mais para não morrer afogado do que para competir. Muito tempo depois coloquei meus filhos para aprender a nadar. Assistindo as aulas na academia bateu aquela vontade de voltar a nadar e retornei aos poucos. Há dez anos eu me mudei para o Leblon e um tempo depois conheci a equipe e o projeto do Luiz Lima na Praia de Copacabana. Desde então venho treinando com eles e tenho adorado.

SC: Além de nadar frequentemente no mar você também já participou de vários eventos de águas abertas. Você procura nadar para curtir ou traça metas de melhorar a cada prova, buscar ser mais rápido?

Hélio: Eu procuro curtir e aproveitar o momento. Eu estou velhinho (tem 58 anos) para pensar em competir ou disputar longas travessias (risos). Para mim, a natação em águas abertas é algo muito mais lúdico do que algo competitivo. Eu já nadei alguns eventos como a Travessia dos Fortes, o Rei e Rainha do Mar e mais recentemente a Copa Brasil, onde fiz uma prova de 5 km, a maior distância que já nadei em um evento oficial. Mas já realizei treinos longos com o pessoal dos Gladiadores. Certa vez nadamos 6,5 km da Urca até Copacabana. E por falar nisso, o pessoal dos Gladiadores tem hoje duas turmas: a dos que nadaram e a dos que não nadaram os 10 km. Estou com o pessoal que ainda não nadou. Estou devendo uma prova de 10 km a eles. Mas eu acho que não tô preparado psicologicamente para nadar esses 10 km…

Helio treina com os Gladiadores e disputa competições com a equipe - Foto: Arquivo pessoal

Helio treina com os Gladiadores e disputa competições com a equipe – Foto: Arquivo pessoal

SC: Existe alguma travessia famosa ou exótica que gostaria de nadar algum dia mesmo que seja por lazer? O Canal da Mancha talvez…

Hélio: Não, o Canal da Mancha não é pra mim não (risos). Mas uma das provas que pretendo um dia participar é a Travessia do Bósforo, na Turquia [o Bósforo é um estreito que liga o mar Negro ao mar de Mármara, separando a Ásia da Europa]. Mesmo tendo uma distância considerável de 6,5 km, a água é bem tranquila e nadamos a favor da correnteza. Seria uma prova que acredito que curtiria bastante.

SC: Agora falando sobre o livro da Poliana, como foi que surgiu a ideia de lançar a biografia dela? 

Hélio: Eu e o Daniel conversávamos bastante nos bastidores do SporTV durante a cobertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e como gostamos de natação vibramos bastante com essa medalha de Poliana. Ai fiquei pensando que era o máximo treinar no mesmo lugar onde o Brasil havia conquistado uma medalha histórica. O Daniel então pensou em fazer um livro contando a história dela e eu topei. Porém, nunca tido escrito uma biografia, apenas livros de ficção ou infantis. Decidimos então dividir os trabalhos – com o Daniel levantando os dados, estatísticas e história e eu colocando um pouco mais da experiência pessoal deixando a leitura mais prazerosa para o leitor.

Poliana Okimoto e Helio de la Peña, após a prova olímpica (foto: arquivo pessoal de Helio de la Peña)

Poliana Okimoto e Helio de la Peña, após a prova olímpica – Foto: Arquivo Pessoal

SC: Você já escreveu outros livros antes [é autor dos livros “O Livro Do Papai“, “Vai na bola, Glanderson!” e “Meu Pequeno Botafoguense“], mas nenhum deles é uma biografia. Como foi a experiência de escrever sobre uma personagem importante para o esporte brasileiro como a Poliana? Encontrou alguma dificuldade em adaptar o estilo de escrita?

Hélio: Não tive muitas dificuldades em escrever um livro assim, afinal era sobre uma atleta que conheço há alguns anos e já sabia sobre sua carreira e principais conquistas. Inclusive, havia escrito alguns ensaios sobre ela no passado para alguns jornais e revistas. Procurei passar ao longo das páginas, um texto num tom mais divertido e bem humorado, buscando fazer com que o leitor se identifique com ela e sua trajetória, além de aproximar o público a natação.

SC: Espera uma boa procura pelos exemplares?

Hélio: Nossa principal meta é buscar aproximar as pessoas da natação, do esporte em geral. Queremos ampliar o interesse do público pela modalidade através da leitura e acredito que muita gente, seja nadador ou não, vai comprar e ler o livro. Além disso, buscamos também estimular mais as pessoas a praticar a natação e nessas horas o livro pode ser uma ótima ferramenta.

Hélio carregou a tocha olímpica ano passado - Foto: Fernando Soutello/Rio-2016

Hélio carregou a tocha olímpica ano passado – Foto: Fernando Soutello/Rio-2016

Por Guilherme Freitas