5 erros mais comuns entre os iniciantes

Atualizado em 20 de abril de 2016

Quando começamos a praticar uma nova modalidade, é normal sentirmos algumas dificuldades. E quando o assunto é natação não é diferente. O iniciante costuma cometer alguns erros em suas primeiras experiências, principalmente em águas abertas, onde o desafio é ainda maior. Por isso, a seguir, confira os deslizes mais comuns entre os estreantes em provas de maratonas aquáticas e as dicas para não cometê-los.

“Travar” na primeira vez: é comum o atleta nadar muito bem em piscina e na hora de nadar uma maratona ter medo, receio ou ficar “sem ar”. Afinal, não há parede para descansar. A grande diferença é que você não enxerga o chão, fica pensando o que tem embaixo e se afoba por não ter uma borda para se apoiar e se acalmar.

Dica: antes de participar de uma prova, faça um simulado numa represa, lago ou mar. Vá sem compromisso e acompanhado de alguém que já tenha experiência. Desta forma, você poderá se aclimatar e ganhar confiança no novo ambiente.

Navegação, direção do nado: como a maioria dos treinos são realizados em piscina, a tendência é os atletas não olharem para frente, apenas para os lados, pois a respiração correta é lateral.

Dica: a cada seis ou oito braçadas durante as provas, o nadador deve olhar para frente,  visualizando o ponto de referência. Este ponto pode ser interno ou externo, isto é, a boia que faz parte da prova é a referência interna, e a referência externa seria uma árvore, uma tenda fixa, um prédio, enfim, qualquer ponto fixo e mais alto fora da água.

Contato físico: é muito comum o contato físico numa prova de maratona aquática, pois, diferente da piscina, não existe raias para separar os atletas. Este fator, muitas vezes, irrita os nadadores e pode causar discussões desnecessárias.

Dica: Procure nadar com outras pessoas na raia, claro, sem agredir ou ter muito contato. Será apenas para se acostumar a ter pessoas por perto. Participe de simulados e tente nadar junto com mais alguém fazendo diferentes estratégias (nadar colado ao lado, na frente, atrás etc).

Olhe bem o percurso no dia da prova, avalie a sua intensidade de largada e se posicione próximo a pessoas que estarão mais ou menos no seu ritmo. Caso não saiba identificá-las, saia mais aberto em relação à boia ou fique para trás nas primeiras braçadas. Com o decorrer das provas, você conseguirá se posicionar melhor e diminuir este contato. É muito importante conquistar seu espaço, mas nunca revide uma agressão. Isso só vai gerar mais desconforto para você e o concorrente. Sair de perto e nadar sozinho, às vezes, é a melhor opção.

Ritmo de largada: como o atleta está descansado no momento da largada, é comum que ele saia muito forte e sinta falta de ar logo no início, além de um cansaço muito grande do meio para o final.

Dica: durante os treinos, procure fazer as séries principais progressivas na intensidade, isto é, comece mais leve de dois a três segundos, até encaixar o ritmo ideal, e o segure durante o restante do treino. Em séries longas, faça o parcial negativo, o que significa que a segunda metade das braçadas deve ser igual ou melhor que a primeira. Esses estímulos ajudarão a encontrar o melhor ritmo de largada para que você finalize bem a prova.

Ultrapassagem e chegada: ao realizar uma ultrapassagem é fácil que você se empolgue e, muitas vezes, canse logo depois do grande feito, pois você passa do seu limite na fase de aceleração.

Dica: maratona aquática é um esporte de muita paciência, concentração e conhecimento de sua capacidade. Antes de realizar uma ultrapassagem, estude seu adversário e:

1 – Veja para que lado ele respira e ultrapasse pelo lado contrário

2 – Não deixe ele perceber a sua aproximação. Não toque no pé dele e seja rápido

3 – Calcule a intensidade que o adversário nada e imprima um ritmo um pouco mais forte, mas sem exagero, pois o corpo precisa de adaptação durante aceleração. O corpo é como um carro, não passa da 1ª para a 5ª marcha direto, certo?

4 – Calcule a distância que falta para a chegada e o quanto você ainda tem de energia. O bote tem de ser dado de uma só vez e você precisa acreditar que dará certo, além de calcular bem a distância. Se errar, você pode ser ultrapassado novamente.

(Fonte: Samir Botelho, maratonista aquático da Aqua Sphere)