O movimento da pernada: útil ou não?

Atualizado em 20 de abril de 2016

Por  Daniel Balsa

No triathlon, há um senso comum de que o movimento da pernada não é lá muito importante durante a natação. Isso não deixa de ser verdade se compararmos sua eficiência com a propulsão conseguida com as braçadas. Assim, sua função fica restrita a auxiliar na flutuação do tronco no decorrer do nado, ainda mais pelo fato de que poupar as pernas para o ciclismo e a corrida, é certamente melhor estratégia do que fadigá-las já no início da prova. Isso sem levar em conta que atualmente cada vez mais triatletas lançam mão de roupas de borracha — em provas nas quais são permitidas —, que aumentam a flutuação do corpo, reduzindo ainda mais a exigência em relação às pernas na natação.

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Então, podemos afirmar que o movimento da pernada durante o nado é dispensável? Não mesmo! Mais que na propulsão e flutuação, as pernas são fundamentais para a eficiência do nado. Elas contribuem para a estabilização do tronco e ajudam a manter o corpo na horizontal, diminuindo o atrito com a água e facilitando o deslize pela superfície. O movimento da pernada também é importante para auxiliar a rotação do tronco, que favorece a hidrodinâmica, tornando o deslocamento mais rápido.

Acerte a posição
A ideia é que o movimento da pernada seja executado com o menor esforço possível, mas com eficácia para manter o atleta na posição correta: com o corpo alongado e equilibrado durante o nado. Para isso, sua perna deve estar estendida, mas não rígida, para que não haja contração demasiada. Os joelhos não podem estar muito flexionados, o que tecnicamente não é legal, pois aumenta o atrito com a água e, consequentemente, o arrasto no nado. Já os pés devem estar estendidos, com os dedos voltados para trás e levemente para dentro, posição que melhorará a propulsão da pernada. Durante o movimento, toda a musculatura dos membros inferiores deve ser utilizada, com ênfase na musculatura da coxa.

Matéria publicada na revista VO2 #101, em fevereiro de 2014