No início da década de 1980, o austríaco Dietrich Mateschitz,em viagem à Ásia, conheceu alguns compostos energéticos populares, e a partir de análises químicas determinou a composição básica destes compostos e lançou em 1987 uma bebida energética hoje comercializada no mundo todo. A importação destes compostos para o Brasil iniciou-se em meados de 1996, e logo se observou rápida popularização em todo o território nacional.

A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União, em 05 de novembro de 1998, a Portaria nº 868, regulamentando a identificação, a produção e a venda das bebidas energéticas, identificando-as como Compostos Líquidos Prontos para Consumo (Ferreira, 2002).

Analisando a composição destas bebidas, observa-se que as mesmas consistem numa combinação de carboidratos (glicose e sacarose – cerca de 11g/dl), taurina (cerca de 400mg/dl), cafeína (cerca de 32mg/dl), glucoronolactona (cerca de 240mg/dl), inositol (cerca de 20mg/dl) e vitaminas do complexo B (40 a 100% das necessidades diárias). Geralmente, nas versões sugarfree destas bebidas, para proporcionar sabor doce, os carboidratos são substituídos por edulcorantes (adoçantes).

As bebidas energéticas foram desenvolvidas especialmente para períodos de maior desgaste físico e mental (Geib et al., 1994; Baum & Weib, 2001; Alford et al., 2001; Seidl et al., 2000; Horne & Reyner, 2001; Barthel et al., 2001; Horne & Reyner, 2002; Tadano 2003).

Podem proporcionar alguns benefícios como:

– Melhora na capacidade de concentração;
– Aumento da velocidade de reação e o estado de alerta;
– Aumento na resistência física ao exercício e do desempenho esportivo;
– Auxílio na eliminação de toxinas;
– Melhora do bem estar geral.

Os benefícios proporcionados baseiam-se em resultados de pesquisas científicas.Segundo o Comitê para Avaliação de Bebidas Estimulantes, criado pelo Food Safety Promotion Board (FSPB), a melhor definição para bebidas estimulantes é “bebidas, que tipicamente contém cafeína, taurina e vitaminas e podem conter uma fonte de carboidratos e/ou outras substâncias, comercializadas com o propósito específico de fornecer melhora real ou perceptiva nos efeitos fisiológicos e/ou de desempenho” (STRAIN,2000).

Foram desenvolvidas especialmente para períodos de maior desgaste físico e mental. E segundo suas propriedades nutricionais, as bebidas facilitam a retomada de energia nos esforços da vida diária, após prática esportiva e para restabelecer-se do cansaço.

D’ Agnol Consultoria Nutricional
Tatyana Dall’ Agnol, que assina esta coluna, é Mestre em Atividade Física e Saúde (UCB/DF), Especialista em Nutrição e Metabolismo (UNIFESP/SP) e Nutrição para o Fitness e Alto Rendimento (UNIFOA/RJ).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• ALFORD, C., COX, H,. WESCOTT, R. The effects of Red Bull Energy Drink on human performance and mood. Amino Acids, 21: 139-150, 2001.
• BARTHEL T. et al. Readiness potential in different states of physical activation and after ingestion of taurine and/or caffeine containing drinks. Amino Acids, 20:63-73, 2001.
• BAUM, M. & WEI?, M. The influence of a taurine containig drink on cardiac parameters before and after exercise measured by echocardiography. Amino Acids, 20: 75-82 , 2001.
• FERREIRA, S.E. Estudo dos Efeitos Fisiológicos e Psicológicos da Ingestão Combinada de Álcool e Bebidas Energéticas; Tese apresentada para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde UNIFESP (2002).
• GEIB, K.R. et al. The effect of taurine containing drink on performance in 10 endurance athletes. Amino Acids, 7: 45-46, 1994.
• HORNE, J. A. & REYNER. Beneficial effects of an “energy drink” given to sleepy drivers. Amino Acids 20: 83-89, 2001.
• HORNE, J. A. & REYNER. Efficacy of a “functional energy drink” in counteracting driver sleepiness. Physiology & Behavior, 75:331-335, 2002.
• SEIDL, R., PEYRL, R. N., HAUSER, E. A taurine and caffeine-containing drink stimulates cognitive performance and well-being. Amino Acids, 19: 635-642, 2000.
• STRAIN, J.J. A Review of the Health Effects of Stimulant Drinks. ? S.I.?: Stimnulant Drinks Committee, 2001. Disponível em: http://www.safefoodonline.com/safefood/Uploads/health_effects.pdf
• TADANO, T. et al. Effect of nutritive and tonic crude drugs on physical fatigue-induced stress models in mice. Pharmacological Research, v.47, p.195-199, 2003.