Cafeína e alívio da dor pós-exercício

Atualizado em 27 de julho de 2016
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 Os efeitos da cafeína são bastante conhecidos no que diz respeito a melhora do estado de alerta e desempenho esportivo. Mas recentemente pesquisadores encontraram um benefício a mais. Em 2003 um estudo liderado pelo cientista Patrick O-Connor evidenciou que a cafeína reduziu as dores na coxa durante ciclismo de moderada intensidade.

Um estudo recente realizado em 2006 na Universidade da Geórgia (EUA) indicou que doses moderadas de cafeína, o equivalente a 2 xícaras de café, diminuem em até 48% as dores que surgem depois da atividade física, especificamente depois de um treino com carga.

Os autores investigaram nove estudantes do sexo feminino que não eram consumidoras habituais de cafeína e que não realizavam treinamento regular de resistência. No 1º e 2º dias subseqüentes ao exercício causador de dores moderadas, os voluntários consumiram cafeína ou placebo e realizaram 2 diferentes tipos de exercícios de quadríceps, um determinado para gerar força máxima e outro força sub-máxima.

Aqueles que consumiram cafeína 1 hora antes do teste de força máxima tiveram as dores reduzidas em comparação com o grupo placebo, enquanto aqueles que consumiram cafeína antes do exercício sub-máximo relataram redução de 26% nas dores. A explicação é que a cafeína bloqueia a ação dos receptores a adenosina, uma liberação química em resposta a alguma inflamação.

Portanto, a cafeína parece ser mais efetiva no alívio das dores pós- exercício em comparação com várias drogas comumente utilizadas como aspirina, naproxen e ibuprofen. Estudos prévios relataram que o naproxen, por exemplo, reduziu em 30% as dores, a aspirina 25% e o ibuprofen produziu resultados inconsistentes.

A despeito dos resultados positivos encontrados nos estudos, os autores colocam alguns pontos a serem observados. Primeiramente, que talvez os resultados possam não ser aplicáveis para usuários regulares de cafeína, uma vez que estes podem ser menos sensíveis à substância. Outro ponto é de que foram investigadas somente mulheres e homens podem responder de forma diferente.

Mas, sem dúvida, estes achados podem melhorar a qualidade de vida de indivíduos que experimentam dores musculares após estarem engajados em um programa de atividade física.

Referências Bibliográficas:
1. Motl, R., O-Connor,, P. and Dishman,, R. The Journal of Pain, 4 (6): 316-321, 2003.
2. Maridakis, V., O-Connor, P., Dudley, G. and McCully, K. The Journal of Pain, 8 (3): 2006.