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Diminuir carne vermelha por um mês já reduz risco de ataque cardíaco, diz pesquisa

Atualizado em 18 de abril de 2019
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Parar de consumir carne vermelha pode ter efeitos imediados na saúde cardiovascular. Uma nova pesquisa, realizada pela Cleveland Clinic Center for Microbiome and Human Health, apontou que reduzir o consumo de carne vermelha por apenas um mês já é o suficiente para diminuir consideravelmente as chances do risco de morte prematura por problemas vasculares.

Em um primeiro estudo – publicado no European Heart Journal – o grupo de pesquisadores norte-americanos notou que o consumo da carne realmente aumentava o risco de ataques cardíacos e doenças cardiovasculares.

Após o acompanhamento de 113 pacientes, que recebiam diariamente refeições com carnes vermelhas, carnes brancas e fontes de proteína vegetal, foi observado uma elevação nos níveis de TMAO (N-óxido de trimetilamina) no sangue e na urina. 

O TMAO em alto nível está associado ao aumento do risco de acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e morte prematura. Durante a dieta, eles foram triplicados.

Assim, em comparação com os indivíduos que comiam apenas carne branca ou refeições vegetarianas, os consumidores de carne vermelha tinham um risco dez vezes maior de contrair doenças vasculares.

 

 

Após constatar o aumento nos níveis de TMAO, os pesquisadores começaram a trabalhar para constatar quanto tempo era necessário para que esse marcador diminuísse no organismo. Eles limitaram o consumo da carne vermelha durante o mês e indicaram uma dieta baseada em proteínas vegetais, o que foi suficiente para que a quantidade de TMAO no sangue e no sangue e urina dos pacientes começasse a cair.

“Sabemos que os fatores do estilo de vida são críticos para a saúde cardiovascular e essas descobertas se baseiam em nossa pesquisa anterior sobre a ligação do TMAO com doenças cardíacas”, disse um dos autores do estudo, Stanley Hazen, ao New York Post, referindo-se à primeira pesquisa realizada.

A mesma equipe também analisou a carnitina, encontrada em bebidas energéticas e em suplementos. Segundo os pesquisadores, ela pode induzir a produção de TMAO, mesmo em veganos e vegetarianos.

“A nova descoberta sobre o a ingestão de carnitina, mesmo que em forma de cápsula, fornece informações importantes sobre novas intervenções para inibir o TMAO, o que pode ajudar a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares”, afirmou Hazen.

“Ao descobrir esse novo caminho, podemos desenvolver novos tratamentos para interromper esse processo antes do desenvolvimento e progressão das doenças cardiovasculares”, concluiu o médico.