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Diversos tipos de dietas – tais como low-fat, mediterrânea e até a restrição calórica pura e simples – geram emagrecimento, mas poucas são tão eficientes para tratar doenças metabólicas como a estratégia alimentar low-carb. O médico José Carlos Souto destaca: “muitas pessoas que buscam aprender sobre dieta low-carb querem apenas perder peso. Mas o aspecto em que a low-carb brilha mesmo é como abordagem terapêutica para resistência à insulina, síndrome metabólica e diabetes”.
De acordo com Souto, duas condições extremamente comuns, mas ainda pouco conhecidas pela população em geral – a resistência à insulina e a síndrome metabólica – são as raízes da maioria das doenças crônicas e degenerativas existentes. “Elas são, por exemplo, fatores de risco para os ‘quatro cavaleiros do apocalipse’: diabetes, doença cardiovascular, câncer e demência, como Alzheimer”, diz. Dietas de baixo carboidrato são particularmente eficazes nessas circunstâncias. A síndrome compreende pelo menos 3 dos seguintes: aumento da circunferência abdominal, pressão alta, glicose acima do normal, triglicerídeos aumentados e HDL (“colesterol bom”) baixo.
A administradora de empresas e estudante de nutrição Maria Vitória Cota de Abreu, 39, que foi obesa e chegou a ser diagnosticada com resistência à insulina, sabe bem o poder que a estratégia alimentar low-carb possui para reverter tais quadros. Quando atingiu a marca de 93 quilos, em 2008, Maria Vitória, à época com 23 anos de idade, desesperou-se. Ciente do potencial danoso que o excesso de peso causa à saúde de modo geral, transformou seu estilo de vida: começou a praticar atividade física (corrida) e aderiu a uma dieta tradicional, em que contava pontos, buscando o déficit calórico.
Assim, a estudante de nutrição perdeu peso, mas a insistência em manter uma dieta com muito carboidrato cobrou seu preço. Em 2017, aos 32 anos de idade, Maria Vitória, que já havia feito da corrida uma prática regular, tornando-se maratonista, lesionou o púbis em uma prova. Sem correr por 8 meses em virtude da pubalgia, a estudante de nutrição não obteve melhoras e pior: engordou novamente (12 quilos no total). Foi então que procurou uma médica que lhe indicou a estratégia low-carb após exames em que foram diagnosticados resistência insulínica e ovário policístico.
Para favorecer a perda de peso e diminuir a inflamação do corpo, a médica sugeriu a Maria Vitória que começasse a praticar uma dieta cetogênica, espectro mais restritivo da estratégia alimentar low-carb. “Assim que eu aderi à prática alimentar, comecei a sentir seus efeitos positivos: emagreci os 12 quilos que havia ganho, reverti a resistência insulínica, os ovários policísticos e até um quadro de hipertensão que apresentava desde a adolescência. Além disso, em dois meses após a dieta, me curei da pubalgia e voltei a correr”, relata.
Maria Vitória destaca também o quão importante está sendo a estratégia alimentar low-carb para a sua performance de atleta. Segundo ela, além de ser responsável pela desinflamação do corpo, o que lhe permitiu curar a pubalgia e voltar a correr, a dieta com restrição de carboidratos lhe trouxe mais clareza mental, disposição e energia. Isso tudo, afirma a estudante de nutrição, em razão da cetose, processo desencadeado pela dieta, que faz com que o organismo utilize preferencialmente gorduras como fonte de energia, ao invés da glicose advinda dos carboidratos.
A cetoadaptação, aliás, de acordo com a administradora de empresas, é um dos maiores desafios para um atleta que começa uma dieta cetogênica. “Como nosso organismo não está acostumado com esse processo, o primeiro desdobramento pode ser uma perda de performance”, diz. Mas depois que o corpo se adapta, afirma, a performance volta a melhorar e outros benefícios são sentidos, como a recuperação física mais rápida e a diminuição do cansaço e até mesmo de episódios de viroses, que grande parte dos maratonistas costumam enfrentar após provas que exigem muito do físico dos atletas. Tanto é verdade que, depois que começou a disputar corridas em cetose, a estudante de nutrição já obteve várias conquistas: apenas em 2023, subiu ao pódio em três ocasiões.
Estimulada pelos resultados que vem obtendo ao correr em cetose, Maria Vitória já vislumbra novas metas esportivas sob o efeito da dieta low-carb. A estudante de nutrição, que adicionou musculação à sua rotina de treinos, tem como seu próximo objetivo voltar a correr 5 quilômetros abaixo dos 21 minutos, o que fazia antes de se lesionar. Além disso, pretende, no final do próximo ano ou no início de 2026, voltar a correr maratonas. “Hoje em dia, cursando nutrição em uma universidade federal, fica muito difícil treinar para participar de provas tão longas”, diz.
Para quem está pensando em aderir à prática low-carb, seja por razões de emagrecimento, seja para diminuir a resistência insulínica, Maria Vitória dá um conselho: priorize sempre a ingestão de proteínas. A explicação para tal conselho pode ser encontrada no livro Uma dieta além da moda. “A proteína funciona como um verdadeiro freio do apetite: o aumento da proporção de proteína na dieta leva a uma redução espontânea da fome e do consumo calórico”, diz José Carlos Souto. Além disso, ressalta o autor: “A proteína impede que o metabolismo sofra redução muito significativa (a chamada “termogênese adaptativa”), que é um dos motivos para a dificuldade de perda de peso”.
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