Suplementação de ferro em atletas: o que você deve saber

Atualizado em 11 de junho de 2024

Você sabe a importância da suplementação de ferro para atletas? De forma bem resumida, o ferro é um micronutriente essencial para a saúde clínica e desempenho esportivo – especialmente nas modalidades de endurance. É visto que baixos níveis de ferro podem estar relacionados a um menor desempenho em provas contra o relógio, um menor tempo até a exaustão, uma redução da capacidade cardiorrespiratória ou até mesmo uma piora na eficiência energética.

A deficiência de ferro é mais comum do que se pensa. Estima-se que aproximadamente 15 a 35% de atletas do gênero feminino possuem essa baixa, assim como 3 a 11% de atletas masculinos também demonstram a escassez. Olhando para atletas, diversos fatores afetam diretamente ou indiretamente as reservas de ferro – a própria ingestão insuficiente de energia pode ser um problema. Fatores como hemólise (quebra de hemácias devido ao impacto da pisada, presente em corredores), sudorese, hematúria (presença de sangue na urina) e sangramento gastrointestinal podem resultar na redução desse composto no sangue. O gênero feminino possui mais um fator: a menstruação.

O que pode levar à variação dos níveis de ferro?

Em primeiro lugar, as fontes alimentares: a inclusão de intensificadores de absorção, como vitamina C, ou presença de inibidores, como os taninos, cálcio e polifenóis. Além disso, níveis elevados de inflamação afetam a regulação da hepcidina – peptídeo que regulariza o ferro, degradando uma estrutura chamada de ferroportina (proteína que exporta o ferro por meio de membranas dos enterócitos e macrófagos). O aumento da hepcidina ocorre em situações de inflamação de hipóxia, reduzindo a absorção dos níveis céricos.

Quando é ideal suplementar ferro?

O exercício pode produzir um aumento de 1,5 à 2,5 vezes nos valores de hepcidina, após 3 horas de exercício, afetando diretamente a absorção de ferro. Quando a ingestão é realizada cerca de 2 horas após uma corrida prolongada, há uma redução de 36% na absorção. Caso seja consumido logo após treino, a absorção do composto é cerca de 1,3 vezes maior, quando comparada com a não prática de exercício. Esses resultados sugerem uma possível existência de janela metabólica em que há maior absorção de nutrientes numa perspectiva intestinal. Isso por que a digestão de alimentos ocorre antes do aumento dos níveis de hepcidina após o exercício.