Fratura por estresse: o que é e como evitá-la

Atualizado em 21 de setembro de 2023

Os atletas vêm se esforçando cada vez mais para irem além das provas de 10 km e se desafiar em uma meia-maratona, por exemplo. Porém, nesse caminho, muitos vêm sofrendo com fraturas por estresse: Ana Paula Simões, mestre em ortopedia e traumatologia pela Santa Casa de São Paulo, informa que 10% das fraturas esportivas ocorrem por estresse. 

As fraturas por estresse são causadas por uma multiplicidade de fatores. Mas o que mais vejo são pessoas que começaram a aumentar a planilha de treinos repentinamente”, diz.

Esse tipo de fratura ocorre quando o osso é submetido a cargas muito intensas e não suporta tamanha pressão. A sobrecarga e o aumento do impacto fragilizam o osso a ponto de fazê-lo trincar e quebrar.  Segundo Ana Paula, os pacientes acometidos por esse tipo de fratura frequentemente possuem algum grau de fraqueza muscular. “Se o músculo não tiver capacidade de absorver o impacto, a energia fica retida nos ossos, que perdem a capacidade de impulsionar o corpo”.

O peso é outro agente determinante: muitos dos que praticam atividades físicas o fazem por causa do sobrepeso, que transfere essa sobrecarga à estrutura óssea. “Há outras causas, como variáveis genéticas, problemas hormonais e uso de drogas”, afirma a ortopedista.

Mulheres são as principais vítimas

Os casos também aumentaram com o crescimento da participação feminina nas corridas.  Esse tipo de fratura é mais comum em mulheres, por conta das alterações hormonais decorrentes da atividade esportiva. “As alterações hormonais associam-se as mudanças nutricionais. Em muitos dos casos, elas baixam bastante a entrada de minerais, o que desencadeia o enfraquecimento dos ossos”, assinala Ana Paula.

Para estimular a consolidação óssea, os médicos adotam ingestão de cálcio, estimulação por ondas de choque e até a infusão de células mesenquimais, um método ainda experimental. No combate à dor, a acupuntura é uma excelente aliada quando há dores fortes.

Entre as causas, a única que não dá para corrigir é a genética. Nesse caso, a saída é usar cálcio e tomar vitamina D. Além de buscar fortalecimento muscular e atentar à saúde dos ossos, o corredor deve verificar o que pode fazer para reduzir o impacto. Procurar informações sobre modelos de tênis mais compatíveis às suas necessidades particulares é fundamental. Ana Paula, também aconselha que é importante variar o tipo de terreno, procurando outras alternativas, como grama, areia e terra.