Considerada uma epidemia global pela OMS, a obesidade atinge cerca de 20% da população brasileira. O dado, coletado na última Pesquisa Nacional em Saúde (PNS), ilustra a escalada do problema no Brasil, já que, há 20 anos, a mesma pesquisa havia registrado um percentual de pouco mais de 11%. É este o pano de fundo para o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, que ocorre no dia 11 de outubro.

De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas obesas, com o Índice de Massa Corporal (IMC) a partir dos 30 kg/m², correm risco até duas vezes maior de desenvolver quadros como hipertensão, diabetes e colesterol alto, bem como diversas doenças relacionadas à mobilidade. Nesse contexto, estudiosos e pesquisadores têm enfatizado a importância de políticas públicas que promovam o combate ao sedentarismo como forma de reduzir o avanço da obesidade no país.

Treinador da Smart Fit, Guilherme Micheski, afirma que existe uma base científica apontando para a combinação de exercícios aeróbicos e treinos de musculação como essencial para prevenção e tratamento da obesidade. Com base em sua prática diária, porém, o profissional destaca que existe algo ainda mais importante do que o receituário frio da ciência: a disciplina e a capacidade de encontrar prazer em se exercitar.

“A prevenção da obesidade está muito mais ligada à prática recorrente do exercício do que exatamente à modalidade praticada. Quando você aprende a gostar de uma atividade física, independentemente de qual for, e a insere como hábito na rotina de sua vida, você já passa a estar bem menos suscetível a desenvolver a obesidade”, afirmou o especialista.

Micheski pontuou que o fato do prazer em se exercitar ocupar o centro da prevenção da obesidade, não exclui a importância de se contar com ajuda profissional nesse processo. Isso porque, em um cenário em que mais da metade da população brasileira se encontra em estado de sobrepeso, é fundamental se certificar que o indivíduo está devidamente preparado para praticar a atividade escolhida.

“Nesse sentido, a academia se torna um ambiente ideal, pois ela permite isolar as variáveis do treinamento, fortalecendo tendões e articulações específicas para uma prática segura. Alguém que quer correr, por exemplo, precisa estar com joelhos, tornozelos e quadril bem-preparados”, concluiu.

Riscos da obesidade

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números da doença tendem a crescer nos próximos anos. E esse fator vem ainda acompanhado de uma perspectiva ligada ao ganho de peso da população. Ao todo, cerca de 13 tipos de câncer já possuem alguma relação com a obesidade, sendo os mais comuns: de fígado, mama, tireoide, ovário, rim, pâncreas e estômago.

“A obesidade é a segunda maior causa evitável da doença, perdendo apenas para o tabagismo. No entanto, devido a diminuição do número de fumantes, é esperado que nos próximos anos ela seja a condição prevenível mais comum. E além do câncer, vale lembrar que problemas como diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças cardiovasculares podem ser evitadas a partir de medidas simples para controle do excesso de peso”, comenta Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

Prevenção da obesidade também passa pela reeducação alimentar

De maneira geral, o ganho ou a perda de peso se dá a partir da relação entre a ingestão e o gasto calórico. Isso faz com que o exercício físico contemple apenas parte do processo de prevenção da obesidade, cabendo à reeducação alimentar o papel de complementar o trabalho.

Neste sentido, a nutricionista da Smart Fit Nutri Larissa Correa, chama a atenção para os danos causados por preparações mais rápidas e artificiais como os alimentos industrializados, ultraprocessados e os chamados fast foods.

“Esses alimentos aumentam muito o valor calórico da alimentação no dia a dia e contribuem para o aumento de peso”, afirmou Larissa, atribuindo ao aumento do consumo desses alimentos parte da responsabilidade da escalada da obesidade no país nos últimos anos.

Com esse contexto em mente, Larissa indica que as pessoas que querem ficar longe da obesidade devem consumir em alimentos in natura ou minimamente processados, caso de: frutas, verduras, legumes, tubérculos (batata, mandioquinha, mandioca, cará, inhame), cereais (arroz, trigo, milho, aveia, centeio), leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico) e proteínas (frango, peixes, ovos).

“Quanto maior a variedade e a quantidade desses alimentos no dia a dia, melhor. Por exemplo, 50% do prato do almoço e do jantar composto por salada e legumes cozidos é um jeito incrível de começar. Consumir alguma fruta rica em vitamina C (abacaxi, laranja, acerola) após almoço, para melhorar a absorção do ferro, também”, complementou a nutricionista.

Quer espantar a obesidade? Confira abaixo e no link essa dica do treinador Guilherme Micheski:

AQUECIMENTO – 1 série 45s | sem intervalo

• Mobilidade de tronco
• Agachamento com salto
• Prancha com mobilidade de quadril
• Prancha + mobilidade de quadril e tronco

PARTE PRINCIPAL – 2 séries

• 45 segundos de execução
• 30 segundos de intervalo
• Agachamento + desenvolvimento
• Polichinelo
• Agachamento + remada alta
• Polisapato
• Elevação pélvica
• Abdominal completo
• Escalador

VOLTA À CALMA – 1 série 45s | sem intervalo

• Pose da criança
• Alongamento de pescoço
• Alongamento de peitoral