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Conheça Melissa Stockwell, a triatleta que superou a guerra

Atualizado em 20 de setembro de 2016
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Após o 11 de setembro, a então oficial de transporte Melissa Stockwell foi designada para servir no Iraque. O que a primeira-tenente não esperava era ser a primeira mulher a perder um membro naquele país, em 2004.

Melissa perdeu a perna esquerda após uma bomba explodir quando ela liderava um comboio militar norte-americano em Baghdad. Por todos seus serviços aos Estados Unidos, ela recebeu a Bronze Star e o Purple Heart, duas importantes condecorações em seu país.

“Quando acordei naquele dia, em Baghdad, a última coisa que passava em minha mente era ser uma atleta paraolímpica. Eu sequer sabia o que aquilo significava. Depois de 24 anos com as duas pernas, de repente me vi com apenas uma.”

Apesar do choque inicial, Melissa sabia que estar viva, com o restante de seu corpo intacto, inclusive sua visão, era uma dádiva. Foram meses de cirurgias, infecções, dor, fisioterapia e superação.

Já em 2005, ela correu a maratona de Nova Iorque em uma cadeira de rodas e sua vida começou a mudar. Multiatleta, Melissa foi convidada para tentar uma vaga nas Paralimpíadas de Pequim 2008, representando seu país na natação. Melissa conseguiu a vaga e realizou um sonho, como ela mesma diz, um presente que ela jamais imaginaria que o atentado lhe daria.

Desde Pequim, quando o Paratriathlon foi anunciado como esporte paralímpico, Melissa decidiu mudar de esporte e seguir para o nadapedalacorre. A partir daí foram muitos títulos e alegrias, incluindo 3 campeonatos mundiais da ITU (International Triathlon Union).

Em sua trajetória está a fundação do Dare2Tri Paratriathlon Club, o primeiro do gênero nos EUA, que dá oportunidade a pessoas com deficiência para praticar o Triathlon.

No último domingo, 11 de outubro, todos os anos de treino de Melissa foram recompensados. Na estreia do Paratriathlon nos Jogos Paralímpicos, na Rio2016, ela conquistou a tão sonhada medalha olímpica, de bronze, na categoria PT2. E a felicidade não poderia ser maior, já que suas compatriotas Allysa Seely e Hailey Danisewicz foram ouro e prata, respectivamente.

Como diversos outros exemplos nas Paralimpíadas, Melissa conseguiu transformar um desafio em algo importante para sua vida; uma dificuldade em uma conquista:

“Conquistar esse pódio ao lado de duas grandes amigas, duas companheiras de equipe, duas parceiras de treino, trata-se de um dos grandes momentos de minha vida. Estou muito feliz, estou sem palavras, estou absolutamente emocionada. Este domingo marca também o 15º aniversário do 11 de setembro. Trata-se de uma data sempre muito significativa para mim devido à minha perda no Iraque. Assim, estar aqui no Rio representando meu país, com o uniforme americano, no maior palco esportivo do mundo, foi o que me motivou a superar os momentos mais difíceis que passei até passar pela linha de chegada.” – Melissa Stockwell.