FTERJ discute segurança para ciclistas e triatletas no RJ

Atualizado em 29 de julho de 2016
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O presidente da Federação de Triathlon do Rio, Júlio Alfaya, e a vereadora Silvia Pontes se encontraram na última sexta-feira (26/1) com o presidente da CET-Rio, Marcos Antonio Paes. Na pauta da primeira conversa, um tema que é preocupação há muito tempo dos ciclistas e triatletas que utilizam as vias públicas para treinamento: segurança.

A idéia central é a criação de áreas específicas na cidade, com horários pré-determinados, para que os ciclistas possam treinar nas vias públicas. “Ao contrário do que muita gente imagina, não é possível treinar nas ciclovias, pois estas foram idealizadas e construídas para quem passeia ou trabalha de bicicleta, em velocidades compatíveis com as mesmas. Não é o caso de ciclistas que buscam a melhoria de performance, e desenvolvem ritmos de treino em velocidades mais altas. O risco de acidentes nas ciclovias seria muito alto nestes casos”, afirmou o presidente da Federação de Triathlon do Rio, Júlio Alfaya.

A Barra da Tijuca é um dos locais de maior concentração de ciclistas, que na tentativa de minimizar o problema, treinam em horários em que a maioria da população ainda dorme, das 4 às 6 da manhã, e quando o fluxo de automóveis ainda é relativamente pequeno.

“Mas isso não é o suficiente para garantir a segurança, pois os cidadãos não tem ainda a cultura do esporte em geral e respeito pelos ciclistas, como na Europa”, comentou Francisco Abreu, triatleta e empresário, que diariamente acorda por volta das 4 horas para treinar no Recreio dos Bandeirantes.

Segundo Marcos Antonio Paes, presidente da CET-Rio, a questão esbarra em problemas operacionais como a falta de efetivo e material de balizamento específico, mas acha que é possível buscar uma solução. A vereadora Silvia Pontes, vice-presidente da Comissão de Esportes e Lazer da Câmara dos Vereadores, comentou que, apesar de ser atleta, estava surpresa por constatar que de fato a cidade não havia se preparado adequadamente para isso.

“Temos Vilas Olímpicas e clubes por toda a cidade para diversas modalidades desportivas como natação, futebol, judô, etc. Mas, o caso do ciclismo é bem específico e merece um tratamento especial por parte da Municipalidade. Temos o dever de encontrar uma solução adequada”, afirmou Silvia Pontes.

A CET-Rio sugeriu de imediato a tentativa de implantação deste tipo de sistema em Campo Grande, uma vez que a Avenida Cesário de Mello tem cerca de 10 km de extensão e possui uma baia central para o tráfego de coletivos que poderia ser remanejados para as vias laterais, e que poderiam ser utilizadas pelos ciclistas neste horário.

O presidente da FTERJ considerou a proposta excelente e irá vistoriar o local para colher informações técnicas para a montagem do projeto que será encaminhado através da vereadora Silvia Pontes ainda nesta semana.

“Em ano de Pan-Americano, creio que o Rio de Janeiro terá uma grande oportunidade de demonstrar sua vocação esportiva. A criação de uma área específica para o ciclismo de alta performance é inédita no Brasil e Campo Grande poderá ser um bom começo”, diz Júlio Alfaya.

Silvia Pontes está disposta a elaborar um Projeto de Lei para a implantação das demais áreas, como o próprio Recreio dos Bandeirantes, Aterro do Flamengo e outras. “Este é parte do legado que os Jogos poderão deixar para a população e não mediremos esforços para que se torne realidade”, concluiu.