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Triatleta de mais de 100 kg inspira outras mulheres no esporte

Atualizado em 16 de março de 2017
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Integrante da campanha publicitária “This Body” (em português, “Este Corpo”), que ganhou espaço em veículos de imprensa do mundo todo neste início de 2017 ao mostrar mulheres fora dos padrões de beleza habituais praticando esportes com naturalidade, a triatleta canadense Krista Henderson decidiu, há 13 anos, que passaria a correr para eliminar o sobrepeso e ficar em paz com a balança. A ideia de emagrecimento ficou em segundo plano a partir do momento em que a triatleta de mais de 100 kg desenvolveu uma paixão pelo exercício e viu que nem tudo se limitava a alcançar uma forma física padrão. Ao notar que o esporte pode oferecer outras recompensas além do emagrecimento, decidiu criar um blog, o “Born to reign” (“Nascida para reinar”), para mostrar a outras mulheres “plus size” que correr, nadar ou pedalar está ao alcance de todos.

Um anúncio de um clube de triathlon na academia onde treinava funcionou como um divisor de águas na vida de Henderson. Além de já estar nadando confortavelmente, ela teve uma boa experiência ao pedalar 25 km em uma competição beneficente. Com a rotina de treinos, veio o sinal que precisava para constatar que estava realmente pronta para partir para o triathlon. A decisão não poderia ter sido melhor, garante a canadense.

“Para mim, a comunidade do triathlon é extremamente solidária. Quando você está treinando ou até mesmo em um evento, as pessoas ajudam muito e torcem por você, querem o seu bem. Eu amo a comunidade do triathlon. Nunca me senti como se eu não pertencesse a ela”, conta.

Treinos mais intensos nos anos seguintes trouxeram resultados cada vez melhores, embora a triatleta de mais de 100 kg não percebesse mudanças significativas no seu peso. Ver que os números da balança não sofriam grandes transformações já não abatia Henderson, cada vez mais envolvida pela sensação gerada pela serotonina e pela dopamina, neurotransmissores que produzem uma sensação de relaxamento e bem-estar.

 

 

“Acho que, na minha terceira temporada de treinamentos, voltei a fazer a mesma corrida que fiz no meu primeiro ano e reduzi 20 minutos no meu tempo. Meu peso não tinha mudado. Minha velocidade não aumentou só porque eu pesava menos. Aquele foi o momento da verdade. Mostrou o quanto o treinamento pode fazer diferença. Quando eu cheguei a esse ponto, vi que poderia correr o máximo que pudesse, por uma hora e quinze minutos, e voltaria para casa me sentindo ótima. Foi quando eu vi que tinha atingido um nível totalmente novo, que eu nunca achei que alcançaria como uma pessoa ‘plus size’. Mas vi que era completamente possível”, afirma.

Henderson mergulhou de cabeça no segmento. Buscou uma especialização e passou a dar aulas de spinning em duas academias, três vezes por semana. A canadense apostou que outras mulheres acima do peso se sentiriam à vontade para treinar com alguém como ela, já que o sentimento de identificação seria maior.

“Foi uma oportunidade para testar o meu conceito de que mulheres ‘plus size’ estariam interessadas em trabalhar com alguém que oferece uma perspectiva diferente, não só focada na perda de peso. São tantas mulheres que lutam para superar a baixa auto-estima e que poderiam se enxergar sob uma luz diferente como atletas. Eu queria mudar isso”, diz a triatleta, que se juntou recentemente à marca de roupas Lane Bryant, desenvolvida para mulheres acima do peso que praticam esportes. “Os anunciantes precisam perceber que mulheres grandes também gostam de se exercitar”, cobrou.

Confira a página da triatleta no Instagram:

https://www.instagram.com/p/BO8bmQDAfg1/