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O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em 2020 o Dia Nacional da Luta contra Endometriose, celebrado no dia 13 de março. A data tem o objetivo de realizar ações de conscientização e diagnóstico precoce da doença, que atinge mulheres em idade fértil. A endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio, tecido mais interno que reveste o útero, para fora do órgão. Hoje, é a doença mais comum da saúde da mulher, e o seu tratamento acaba sendo operações cirúrgicas, muitas das vezes desnecessárias. É o que diz um estudo dirigido pelo Hospital Albert Einstein, publicado no BMJ Open Quality, que concluiu que 22% das indicações de cirurgias são feitas sem a real necessidade. O ginecologista dr. André Vinícius explica que a mulher que sofre com endometriose deve ter um tratamento com uma equipe médica multidisciplinar buscando sempre oferecer uma maior qualidade de vida para a paciente.
O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, criou um programa próprio com o objetivo de diminuir o número de cirurgias desnecessárias que, além de colocarem em risco a vida do paciente, gera alto custo para o hospital. O programa funciona da seguinte maneira: todas as indicações de procedimentos invasivos, um deles de endometriose, passam pela análise de duas enfermeiras pesquisadoras do departamento de práticas médicas da instituição. Elas são responsáveis por avaliarem o relatório médico de cada paciente, o motivo da indicação da cirurgia, os exames e as evidências. Se todos os critérios são confirmados, então a cirurgia pode ser realizada.
A endometriose, de acordo com Vinícius, é uma doença inflamatória e hormonal. Então é preciso sim fazer o bloqueio hormonal, mas quando se trata da inflamação, ela deve ser manejada com uma série de estratégias que visam uma vida mais saudável para a paciente.
“Além de buscar uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física, é preciso fazer o controle de estresse, pois o estresse hormonal e físico determina alterações ligadas ao estresse oxidativo, que é um gatilho para a inflamação. Já pacientes sedentárias tendem a ter um maior acúmulo de gordura, e esse tecido adiposo em excesso produz uma série de ocitocinas que também são inflamatórias. A privação de sono também provoca o estresse oxidativo e inflamatório”, explica o ginecologista.
De acordo com dr. André, é importante ter uma visão mais ampla sobre a endometriose e não cair na dicotomia de que para tratar a doença, é preciso fazer o bloqueio hormonal isolado ou recorrer à cirurgia de forma isolada. “Já existem estudos que comprovam que uma em cada três mulheres que trataram a endometriose apenas com a cirurgia, a doença retornou após alguns anos. E, a partir do momento que a gente entende que a endometriose não tem cura definitiva, o objetivo precisa ser fornecer qualidade de vida para essas mulheres para que elas consigam conviver com a doença”.
“Perceba que cirurgia da endometriose, quando bem indicada, pode sim mudar todo o histórico da doença da paciente, principalmente naquelas que já não apresentam mais respostas clínicas a outros tratamentos. O que não podemos fazer é encaminhar toda e qualquer paciente para a cirurgia sem antes ter tentado outros tratamentos”.
O médico relembra que, retirar o útero não é uma forma de tratar a doença, como muitos acreditam, uma vez que a endometriose se caracteriza pelo crescimento do tecido endometrial justamente para a fora da cavidade. Então, é possível e muito provável ter focos da doença em outros órgãos.
O especialista conclui que o tratamento deve ser personalizado para cada mulher, além de ser feito com uma equipe profissional multidisciplinar, envolvendo endocrinologista, ginecologista, nutrólogo, e outros médicos. “É muito difícil opinar sobre o melhor tratamento fora de uma consulta médica. Isso porque ao avaliar uma paciente com endometriose, tentamos entender seus hábitos alimentares, pretensão de engravidar, a idade, se ela possui foco de endometriose no ovário, se ela já tem prole constituída, quais hábitos intestinais, entre outras questões”, pontua o ginecologista.
Vinícius explica que mudar o estilo de vida e buscar uma alimentação mais limpa, livre de embutidos, ultraprocessados, fritura e menos açúcar, ajuda bastante as pacientes com endometriose. Não à toa, a dieta mediterrânea, baseada em frutas, legumes, vegetais, nozes, peixes, azeite, ervas, especiarias e grãos integrais, é uma ótima recomendação para essas mulheres. Por isso, relembra, mais uma vez, a importância do tratamento multidisciplinar, pois um nutricionista será capaz de montar um cardápio ideal.
Por fim, a atividade física de resistência também é extremamente importante, uma vez que quando realizada ao ponto de manter a frequência cardíaca em torno de 125 batimentos durante 40 minutos, ela vai diminuir os níveis de estradiol no organismo da mulher, hormônio feminino que estimula a endometriose e dificulta a gravidez.
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