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Bicicleta elétrica: dicas básicas antes da compra

Atualizado em 01 de agosto de 2018
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Vender o carro, deixar de pagar IPVA, circular pelas ciclovias, estacionar sem grandes dificuldades e chegar ao trabalho sem aquela famosa “pizza” no entorno das axilas. Tudo isso é possível para quem se desloca ao trabalho ou à escola fazendo uso de uma bicicleta elétrica.

Parte dos ciclistas que enaltece o esforço que uma bike convencional requer nutre uma certa antipatia por quem recorre a uma bicicleta elétrica, mas é necessário ponderar que são poucos aqueles que têm a opção de tomar banho em vestiários localizados no local do trabalho ou que se contentam com o chamado “banho de gato” após suar pra valer numa pedalada.

Em tempos de crise, e sem preconceito com os modelos elétricos, reunimos algumas dicas para os novatos no assunto poderem avaliar aspectos que devem ser considerados antes da compra de uma bicicleta elétrica.

Dicas básicas para escolher uma bicicleta elétrica

Bateria

É o principal aspecto a ser avaliado. Há no mercado duas opções predominantes: baterias de chumbo ácido e de lítio. O preço de uma bateria de chumbo equivale, em média, a um terço da de lítio. Mas a bateria de chumbo, uma tecnologia antiga, a mesma utilizada em automóveis, apresenta ao menos três aspectos desfavoráveis em comparação com a principal alternativa no mercado:

Desvantagens das baterias de chumbo

  •  Peso

O peso de uma bateria de chumbo gira em torno de 10 ou 12kg. O modelo de lítio mais comum pesa 2,5kg. Há modelos mais avançados, japoneses, de apenas 2kg. A bateria de chumbo exigirá uma bike mais robusta, que seja capaz de suportar seu peso. Sem bateria, uma bicicleta elétrica moldada para suportar bateria de chumbo pesa uns 30kg. Já a bike desenhada para carregar baterias mais modernas pode ser mais leve – pesa 20kg (sem a bateria).

  • Vida útil

A vida útil de uma bateria de lítio equivale ao quíntuplo de sua parente mais arcaica, a de chumbo, que costuma durar cerca de 200 ciclos (descarga e recarga completa). O preço da de lítio é o triplo daquele que se verifica nas de chumbo, mas a durabilidade compensa.

  • Recarga

O tempo de recarga das baterias de chumbo gira em torno de cinco a seis horas. Os modelos de lítio exigem apenas duas a três horas de tomada. Cabe lembrar que a bateria terá vida útil maior e trabalhará de forma mais eficiente se estiver sempre mais próxima da carga total do que do final dela. Portanto, é interessante procurar mantê-la com carga alta tanto quanto possível. O carregador pesa o equivalente a uma fonte de notebook padrão, 800g. Vale ressaltar ainda que a bateria de chumbo é mais tóxica e prejudicial ao meio ambiente, por ser de difícil descarte. 

 

Bateria de bicicleta elétrica

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Custo

Uma recarga completa de bateria demanda energia elétrica com custo aproximado de R$ 0,25. Essa recarga completa proporciona autonomia de 30km. Assim, o  custo da energia por quilômetro é inferior a um centavo

Fazendo uma comparação grosseira com o preço do combustível de carro, podemos trabalhar com o valor médio de R$ 12 por quilômetro, pois há motores mais potentes que “bebem” mais combustível e outros bem econômicos. Qualquer que seja o tipo do propulsor, o custo da energia necessária para deslocamento de um quilômetro em bike elétrica é incomparavelmente menor, obviamente. 

Componentes

Uma bicicleta elétrica vai exigir muito mais dos componentes do que uma bike normal. O motor gera um torque relativamente alto; a velocidade é mais alta também, claro. A bike, em velocidade superior em comparação com a magrela convencional, vai passar sobre buracos e irregularidades, desgastando peças de forma mais acentuada.

É importante procurar verificar, antes da compra, procedência de peças de suspensão, rodas, pneus e freio. Obviamente, peças baratas implicam preço final mais reduzido. Valerá a pena, tendo em vista o desgaste acelerado?

 

 

Velocidade

A velocidade máxima permitida para bicicletas elétricas em ciclovias é de 25km/h, segundo o Código de Trânsito Brasileiro. Há também uma limitação de potência: os motores podem gerar até 350 watts. Caso gerem mais, será necessária uma habilitação.

Alguns especialistas apontam exagero dos legisladores. A limitação de potência não deveria ser incluída na lei, uma vez que já há limitação de velocidade. Essa dupla imposição torna difícil o emprego de bicicletas elétricas cargueiras do tipo utilizado por comerciantes de sorvetes e cafés. Há bikes “sorveteiras” que chegam a pesar 190kg com a carga. A limitação de potência torna difícil o trabalho desses sorveteiros.

Manutenção

Uma bicicleta elétrica requer manutenção bem mais frequente, em comparação a automóveis. Especialistas mencionam que visitar uma bicicletaria uma vez por mês é o ideal. O custo exigido por manutenção gira em torno de R$ 120 ao trimestre. Manutenção em prazos mais dilatados (bimestral, por exemplo) pode significar desgaste excessivo de peças, o que implica custos mais altos.

“Uma roda desalinhada vai consumir mais pastilha de freios. Se passar muito tempo, os raios podem começar a quebrar. Quando esse cliente for fazer manutenção, pode ser que a roda já esteja perdida. Assim, em vez de gastar R$ 80 com a manutenção, pode ser que tenha de gastar uns R$ 280 na troca da roda”, diz Victor Hugo Cruz, um dos proprietários da Vela Bikes.

Outra opção: kits de conversão 

Quem já tem uma bike convencional também tem como opção adquirir um kit para transformar sua magrela num modelo elétrico. Inconvenientes: é um negócio novo, sem grandes marcas a oferecer manutenção e assistência técnica. Para quem está interessado apenas em preço mais baixo, claro que é uma alternativa.