Atividade física na pandemia: brasileiros estão mais sedentários

Atualizado em 09 de novembro de 2021

Se você está aqui, talvez esteja fora destas estatísticas sobre atividade física na pandemia. Que bom! Segundo estudo da Ipsos, o Brasil lidera ranking mundial de países que menos fazem exercícios físicos. Das 29 nações ouvidas na pesquisa, Holanda, Alemanha e Romênia são os três países que mais se exercitam. O Brasil ficou atrás apenas do Japão entre os que menos praticam.

Aliás, o sedentarismo já é uma epidemia mundial, sabia? Uma série inédita sobre atividade física publicada na The Lancet revelou que já são 5 milhões de mortes por ano causadas no mundo devido a isso.

O sedentarismo é responsável por gastos sanitários superiores a 280 bilhões de reais ― dos quais mais de 160 bilhões provêm do setor público.

Mas o que mais preocupou foi o alto percentual de pessoas sedentárias entre os brasileiros: praticamente uma a cada três pessoas é sedentária – apesar de a maioria manifestar a vontade de começar; cerca de 53% dos entrevistados disseram que gostariam de praticar mais esportes.

O estudo traz vários dados sobre a prática de atividade física, pensando no futuro e em como o hábito de praticar um esporte pode ser essencial para envelhecer com saúde. E menciona a pandemia como uma oportunidade perdida para o esporte.

Sedentarismo entre jovens e falta de atividade física na pandemia

Apesar de ter se tornado uma atividade essencial em alguns países durante o confinamento, os governos não aproveitaram esse interesse crescente da população em cuidar da saúde.

As primeiras campanhas governamentais durante a pandemia da covid-19 motivavam o público a sair e fazer exercício. Por que então os governos não podem se comprometer a promover a atividade física como uma necessidade humana essencial, além e independentemente da covid-19?”, questiona o artigo.

Jovens foram mais afetados

Durante a pandemia, essa inatividade ficou ainda mais evidente, especialmente entre os jovens; 1/4 da população mundial.

Os números assustam um pouco: há quase uma década não há progresso nos níveis de atividade física entre adolescentes: são cerca de 80% de crianças e jovens inativos no mundo (idade entre 11 a 17 anos) que não cumprem a recomendação mínima de 60 minutos de atividade física por dia (Segundo a OMS). E pior: 25% passam mais de três horas por dia sentados, fora o tempo que ficam na escola.

O estudo também analisou o uso de telas entre os jovens de 38 países europeus: em média, 60% dos meninos e 56% das meninas passam mais de duas horas por dia vendo televisão e 51% dos meninos e 33% das meninas dedicam mais de duas horas por dia em jogos de computador ou videogame.

Os dois estudos citados se centram em pessoas de até 24 anos e naquelas com alguma deficiência, dois grupos populacionais cruciais.

No primeiro, pelo triplo benefício gerado pela prática esportiva: ter uma melhor saúde hoje, no futuro e na geração seguinte. E, no caso das pessoas com deficiências, elas enfrentam maior risco de sofrer problemas cardíacos, diabetes ou obesidade, por isso, fazer atividade física é uma forma simples de se proteger.

Ao longo da vida, adolescentes que se engajam em atividade física, costumam continuar praticando na vida adulta. Não se engajar em uma atividade física regular é tão prejudicial quanto o próprio tabagismo.

(Inácio Crochemore, co-autor do estudo publicado na The Lancet).

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