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Sedentarismo afeta metade da população brasileira, aponta estudo

Atualizado em 06 de setembro de 2018
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Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicado na revista The Lancet Global Health, mostra que o sedentarismo no mundo cresceu nos últimos 15 anos. A pesquisa levou em conta dados de 2001 até 2016 de vários países, incluindo o Brasil.

No território brasileiro, cerca de 47% da população não se exercita o suficiente. Isso quer dizer que, segundo os padrões da OMS, as pessoas não praticam cerca de 150 minutos de atividade de intensidade moderada, ou 75 minutos de exercícios em alta intensidade.

Os números do Brasil surpreenderam e ficaram acima de países como Estados Unidos com 40% e o Reino Unido com 36%.

 

 

A inatividade, ou a ociosidade, é maior nas mulheres — 53,3% contra 40,4% de homens sedentários.

Segundo a coautora do estudo, Melody Ding, da Universidade de Sydney, na Austrália, “mulheres enfrentam mais barreiras sociais e culturais para participar de atividades físicas, particularmente nas horas de lazer”.

Mesmo com o crescimento do número de academias e espaços para treinamentos diversos, a taxa de inatividade aumentou mais de 15% desde 2002. A meta da OMS é que esta taxa se reduza em 10% até 2025. 

 

O sedentarismo no mundo

O estudo mostra que o sedentarismo na América do Sul e no Caribe são as regiões com as maiores taxas do mundo — cerca de 39%. Já a taxa global aponta que cerca de 27,5% da população está longe do ideal de movimentar-se.

Alguns países apresentaram números parecidos com o Brasil, como Singapura, Alemanha, Filipinas e Bulgária. 

A Oceania foi a região que obteve melhor colocação nos índices da pesquisa, tendo apenas 16,3% dos habitantes sedentários.

Já no leste e no sudeste da Ásia, houve 9% de melhora nas taxas de sedentarismo desde 2001. A queda pode ser observada devido ao número de chineses que praticam atividades físicas acima do recomendado pela OMS.

Alguns países de alta renda do Ocidente e da Europa são áreas que apresentaram níveis elevados de inatividade física, o que demonstra que, quanto maior a renda da população, mais fácil de se tornar sedentária ela é.

Em países de baixa renda, onde as pessoas são obrigadas a irem para o trabalho andando ou de bicicleta, a diferença em relação aos países ricos é grande. Outra razão dessa disparidade é o envolvimento das pessoas na tarefas domésticas, o que não acontece em países mais ricos.

 

Como resolver o problema e qual a importância das políticas públicas? 

A OMS estabeleceu uma meta de diminuir os níveis em 10% até 2025, mas teme que o objetivo não seja alcançado. Segundo a organização, é preciso mais empenho para que isso aconteça.

Para isso, a pesquisa aponta que os países deveriam implementar políticas públicas que estimulem formas alternativas de transporte. Ou seja, formas não motorizadas, como a caminhada e o ciclismo, o que acontece em países onde os carros não são populares.

Além de incrementar serviços básicos como ciclovias e calçadas, a entidade fala que promover atividades recreativas, esportes e aumentar a infraestrutura para tal, mesmo que seja em áreas da cidade onde o investimento seja menor, pode trazer resultados no futuro.