Correr devagar pode te ajudar a evoluir no esporte

Atualizado em 14 de abril de 2023
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Definir o ritmo ideal para a corrida é um problema para uma parcela dos corredores, principalmente para os que estão começando.

Correr devagar pode parecer desestimulante, mas a estratégia ajuda a ganhar resistência e quilometragem sem grandes danos ao corpo. Até quem já tem uma boa rodagem também tem razões para, vez ou outra, aderir aos treinos lentos.

Tirar o pé do acelerador em alguns momentos é uma prática comum nas planilhas dos atletas de ponta – e pode servir de inspiração para os amadores acostumados a longas distâncias.

Em sua preparação para grandes competições, por exemplo, a queniana Joyciline Jepkosgei, primeira mulher a correr uma meia-maratona abaixo de 1h05min, faz sessões regenerativas em um pace de 5 minutos por km – bem acima da sua média de 3.05 min/km nos 21 km.

Correr devagar em alguns treinos é ideal para quem tem um volume alto na semana, explica Rodrigo Lobo, da Lobo Assessoria Esportiva. Jepkosgei, por exemplo, chega a rodar 140 km em seis dias.

“Não dá para associar volume alto à intensidade alta. Esses treinos regenerativos, de ritmo constante, abaixo do L1 [primeiro limiar ventilatório], servem para calejar a perna e fazem com que o corpo se adapte ao movimento da corrida e deixe a musculatura bem específica para a modalidade. Para um atleta amador experiente, que disputa provas de 21 ou 42 km, vale a pena. Essa baixa intensidade ajuda no processo regenerativo”, diz Lobo.

No instante em que é atingido o primeiro limiar ventilatório, ocorre a equivalência entre o consumo de O2 e a produção de CO2. O L1 é o estágio em que a produção de lactato aumenta, mas ainda há um equilíbrio entre produção e remoção, o que faz com que as fontes aeróbias de energia sigam predominantes no fornecimento de energia para o exercício. Essa relação evita a chegada da fadiga.