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Isquiotibiais: como evitar e tratar lesões no posterior da coxa

Atualizado em 02 de julho de 2021
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Os isquiotibiais são um grupo de músculos localizados na região do posterior da coxa, na parte de trás dos membros inferiores. Essa musculatura é responsável principalmente pelos movimentos de extensão do quadril e flexão do joelho, e atravessa ambas as articulações.

Ou seja, é muito exigida em atividades como a corrida, pois possui um papel fundamental na biomecânica do movimento realizado, além de controlar a velocidade das passadas.

Os incômodos nos isquiotibiais são geralmente causados por estiramentos, que são uma lesão muito comum em esportes individuais que requerem grande potência muscular.

Também não é incomum que praticantes de atividades de contato corporal sintam dores na região por conta de impactos e pancadas sofridas.

Como evitar lesões nos isquiotibiais

Uma das melhores maneiras de evitar contusões musculares é fortalecendo a região. “É indicado buscar orientação de um profissional de educação física, para se desenvolver um treinamento específico e evitar futuras lesões”, afirma André Fernandes, conselheiro do Conselho Regional de Educação Física (CREF).

“Exercícios complementares à corrida são muito importantes. Não apenas os que servem para fortalecer os isquiotibiais, mas também, os que trabalham a musculatura dos glúteos, abdômen e lombar“, endossa o fisioterapeuta Thiago Medeiros.

“O fortalecimento muscular e o treino da modalidade devem caminhar juntos. Principalmente se o atleta realizar atividades físicas intensas ou de longa duração”, acrescenta Fernandes.

De acordo José Carlos Siciliano, alongamento e aquecimento da região também são fundamentais para evitar lesões, pois “permitem que os músculos isquiotibiais possam realizar movimentos sem restrições, ou seja, com amplitudes maiores”.

Porém, segundo o conselheiro do CREF, caso a atividade for muito intensa, melhor não fazer alongamentos fortes com a intenção de aumentar a flexibilidade. Essa prática provoca dor e acaba alterando uma série de estruturas, levando à perda de força muscular.

 

Como tratar lesões nos isquiotibiais

O tratamento varia de acordo com a gravidade e intensidade da lesão. De imediato, em casos de dores leves, é recomendada a diminuição da atividade física.

“A orientação profissional também é importante para promover ganho de amplitude de movimento e reforço da musculatura. Isso porque a dor provocada pela contusão poderá gerar um movimento compensatório em outras regiões e trazer novas lesões”, explica José Carlos Siciliano, professor de educação física.

Em casos de dores agudas, o descanso é fundamental, com aplicação de compressas frias na região lesionada. Claro que a prioridade é consultar um fisioterapeuta, ortopedista ou médico do esporte para outras prescrições.

Aliado ao descanso, o tratamento, que precisa ser seguido à risca e com paciência. “Dessa forma, a lesão é tratada corretamente, pois contusões musculares mal curadas podem se tornar crônicas, o que gera um impacto negativo na performance e fragiliza o corpo”, alerta o fisioterapeuta.

Em casos mais raros, quando a lesão é muito grave, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica, segundo André. Geralmente, no momento da contusão, é possível notar a gravidade, com um som de estalo como se a musculatura tivesse rompido, dores próximas aos glúteos ou na parte posterior do joelho, grande quantidade de hematomas na parte posterior da coxa, dificuldade de se movimentar ou fraqueza na perna lesionada.

(Fontes: José Carlos Siciliano, profissional de Educação Física e especialista em Anatomia Humana e Biomecânica – CREF: 004357-G/RJ; André Fernandes, profissional de Educação Física e integrante do Conselho Regional de Educação Física – CREF: 000013-G/RJ; Thiago Medeiros, fisioterapeuta e osteopata do Instituto Curarte e professor da Universidade São Francisco e UniMetrocamp – CREFITO 3 /125946-F)