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Usar celular na academia pode prejudicar os ganhos? Entenda

Atualizado em 07 de junho de 2024
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Se você é daqueles que não resiste a olhar o celular durante a academia, fique atento: isso pode ser um problema! A utilização prolongada do celular antes e durante os treinos podem prejudicar a execução dos exercícios e os resultados deles, além de aumentar o risco de lesões.

De acordo com o diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), Gustavo Starling Torres “o uso frequente do celular durante os treinos na academia pode ter consequências adversas para o desempenho físico e mental dos praticantes. A constante distração causada pelas notificações e o tempo gasto nas redes sociais podem diminuir a qualidade do treino, reduzindo a intensidade e a eficácia dos exercícios”.

Consequência do uso prolongado de celular na academia

  • O uso de celular antes do treino eleva o esforço cognitivo, o que causa uma fadiga mental, que influencia na realização dos exercícios e aumenta a percepção de esforço, reduzindo a quantidade e/ou volume de treino;
  • Durante o período na academia, o uso excessivo pode causar distração, reduzindo a intensidade e o foco do treino;
  • A ânsia por exposição em redes sociais pode levar a pessoa a uma criatividade fora dos padrões, fazendo exercícios e movimentos inadequados;
  • Parar o exercício interrompo o fluxo de treino, reduzindo o tempo de trabalho efetivo e prejudicando a progressão;
  • Alterar entre celular e exercício pode fragmentar o foco mental, dificultando a conexão mente-corpo necessária para realizar os movimentos com precisão e eficiência;
  • A falta de atenção no ambiente ao redor pode aumentar o risco de lesões, especialmente durante exercícios que exigem equilíbrio e coordenação.

Por que o uso é prejudicial?

O uso prolongado de redes sociais aumenta o esforço cognitivo (tanto de leitura, quando visualização de imagens, áudios e vídeos), em razão da grande quantidade de informações em um curto espaço de tempo. Esse esforço pode acarretar alterações cerebrais, como redução de oxigenação em áreas frontais do cérebro e alteração do comportamento de ondas/bandas elétricas cerebrais. A fadiga mental torna o sujeito menos motivado, o que pode gerar desengajamento precoce da atividade ou até mesmo acarretar o aumenta da percepção.

Um artigo publicado mostra que “utilizar ininterruptamente redes sociais por 30 minutos antes de uma sessão de musculação pode reduzir o volume (quantidade de repetições) nos exercícios”. Outro estudo de 2016 evidencia que pessoas que usam o celular em um treino de 20 minutos, permanecem mais em baixa intensidade e menos em alta intensidade. Já uma pesquisa de 2017 revelou que mandar mensagens durante o exercício reduz o equilíbrio e estabilidade em 45%, falar ao telefone diminui o equilíbrio em 19% – menor do que enviar mensagens, mas ainda arriscado para lesões.

Usar o celular em tempos de descanso entre as séries e os exercícios pode atrapalhar o período correto que deve ser seguido. Um estudo de 2016 concluiu que descansar pouco tempo pode prejudicar os ganhos de força e descasar demais pode impedir o estímulo adequado do exercício físico.

Como usar o celular de forma positiva?

Especialistas orientam a deixar o celular de lado durante o treino, mas também é possível usá-lo de forma positiva. Um estudo publicado em 2015 avaliou o impacto do uso do aparelho em treino de esteira e concluiu que o uso para conversar e envios de mensagens “reduz significativamente a carga de trabalho”, porém por outro lado, ouvir músicas “elevou significativamente a intensidade do exercício, em relação as outras condições”.

Há diversas maneiras de utilizar o celular na academia de forma inteligente, a mais tradicional é usando aplicativos de música e podcast – que melhoram o foco, prazer e motivação. Também há diversos aplicativos que contam intervalos, cronometram tempo, marcam distâncias, velocidades e até analisam ângulos de movimentos.