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Ligamentos do tornozelo: como evitar e tratar lesões

Atualizado em 30 de junho de 2021
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Sempre que ocorrem, as lesões nos ligamentos do tornozelo trazem uma grande dor de cabeça ao corredores.

O membro lesionado fica bastante inchado e dolorido, além de exigir muito tempo de repouso e acompanhamento médico.

Esta lesão é muito comum em corredores que treinam nas ruas, pois nem sempre as calçadas são niveladas e existe a possibilidade de torcer o pé acidentalmente em um buraco durante as passadas.

Então, quando se pisa de mal jeito e o pé sofre uma torção brusca e inesperada, os ligamentos do tornozelo podem ser gravemente feridos.

“Praticamente 90% das entorses de tornozelo ocorrem devido a um movimento forçado de inversão — em que a ponta do pé vai para dentro — provocando um estiramento dos ligamentos da parte lateral do tornozelo”, pontua o fisioterapeuta Thiago Medeiros.

Ligamentos do tornozelo: como evitar e tratar as lesões na região
Entorse no pé, que pode causar lesões nos ligamentos do tornozelo

Apesar de incomum, em praticantes de outros esportes como o futebol, a lesão ligamentar pode ser causada por trauma direto, ou seja, por uma forte pancada ou colisão.

Como tratar lesões nos ligamentos do tornozelo

“Interromper a prática esportiva é o primeiro passo. Em seguida, a aplicação de gelo na região machucada.O esfriamento da área ajuda a controlar o edema e diminuir a dor”, explica Thiago.

Os profissionais de saúde também recomendam que a região lesionada seja elevada e levemente comprimida por faixas.

O objetivo é reduzir os principais sintomas — dores, inchaços, edemas e sangramentos internos.

Antes de se automedicar, é importantíssimo marcar uma consulta urgente com um ortopedista ou médico do esporte para um diagnóstico preciso.

“Em casos de impossibilidade de consultar esses profissionais, é possível buscar auxílio em um pronto-socorro”, aconselha o ortopedista Ricardo Munir Nahas.

O diagnóstico deve ser feito por meio de exames clínicos minuciosos. “Os mais solicitados são exames de imagem RX ou ressonâncias, mas também existem análises físico-funcionais feitas por fisioterapeutas e que direcionam ao tratamento mais adequado”, explica o fisioterapeuta Maurício Garcia.

Feito isso, é indicada a consulta a um fisioterapeuta para tratar a estrutura comprometida, respeitando o tempo biológico de cicatrização do tecido e as particularidades do paciente.

“Na primeira etapa do tratamento, geralmente ainda durante a fase aguda, o membro costuma ficar imobilizado por uma bota (robofoot), que permite maior controle dos sintomas de dor e edema. Passada a fase aguda, é iniciada uma etapa com exercícios de ganho de amplitude de movimento dentro da tolerância e limitações de cada paciente”, explica Garcia.

Na última etapa, o objetivo principal passa a ser o fortalecimento dos músculos que garantem a estabilidade secundária da articulação.

Aliado a isso, é feito um trabalho do sistema sensório-motor, por meio de propriocepção, que são exercícios para melhorar o equilíbrio postural.

Previna-se treinando

Existem algumas maneiras para prevenir uma lesão nos ligamentos do tornozelo.

É importante manter em dia o treino sensório-motor — também indicado no tratamento –, além de fortalecer os músculos do CORE.

“A prevenção passa por exercícios específicos de fortalecimento, equilíbrio e coordenação dos músculos estabilizadores do tornozelo. Essas atividades devem fazer parte do treinamento corriqueiro do atleta”, afirma Ricardo Muniz.

Há também a possibilidade de utilizar acessórios como tensores para os tornozelos, enfaixamentos e esparadrapos, pois promovem mais segurança para a região.

(Fontes: Maurício Garcia, coordenador do setor de fisioterapia do Instituto Cohen de ortopedia, reabilitação e medicina do esporte e fisioterapeuta do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp – CREFITO 3/8090-F; Ricardo Munir Nahas, ortopedista, traumatologista, médico do esporte e coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Nove de Julho – CRM 34914/SP; Thiago Medeiros, fisioterapeuta e osteopata do Instituto Curarte e professor da Universidade São Francisco e UniMetrocamp – CREFITO 3 /125946-F)